São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Santos aposenta treino coletivo

Fora da zona da degola, Márcio Fernandes acha pouco produtivo o trabalho e opta por outras práticas

"Tenho 35 jogadores e, se realizo um coletivo, uso 22 atletas. E o que faço com o resto do elenco?", pergunta o treinador do time da Vila


RICARDO VIEL
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Muita coisa mudou no Santos desde o final do primeiro turno. O comando técnico e o esquema tático foram trocados. O time deixou a zona do rebaixamento, e a torcida voltou a ficar em paz com o clube.
Uma outra alteração também foi percebida pelos atletas: o fim dos treinos coletivos. Desde que assumiu a equipe, há um mês, o técnico Márcio Fernandes não fez nenhuma vez um treinamento desse tipo.
Para o comandante santista, o problema da equipe era de posicionamento e não seria resolvido com coletivos. Sem os tradicionais treinos, o elenco tem se concentrado em finalizações, treinos físicos e táticos.
"Além disso, nosso elenco é grande. Tenho 35 jogadores. Realizo um coletivo, uso 22 jogadores. E o que faço com o resto?", pergunta o treinador, que às vezes opta pelo "treino alemão" -três times, com 11 atletas em cada um, jogam em meio campo dotado de três gols.
"Todos os técnicos com quem eu trabalhei faziam [coletivo]. Para mim, tanto faz ter ou não. O importante é que o trabalho está dando resultado", avalia o volante Bida.
O zagueiro Fabiano Eller, que diz também não gostar do tradicional treinamento, apóia a opção do treinador. "Normalmente o técnico só olha para o time titular no coletivo. E o reserva fica desarrumado. Você vê volante atuando no ataque, jogadores improvisados."
A avaliação dos santistas é que, sob o novo comando, a equipe tem jogado de forma simples. "Todo jogador sabe jogar no 4-4-2", diz Eller, que considera que o elenco não estava preparado para executar o esquema que o ex-treinador -Cuca- tentou implementar.
Na base da conversa e com um programa de computador, Márcio Fernandes explica para os atletas como quer o time jogando. O método fez efeito. O time, que sofria em média 1,7 gol por partida antes de sua chegada, passou a tomar menos de um gol (0,6) por confronto.
"Os jogadores têm se concentrado e cumprido o que é combinado", costuma afirmar o treinador, que tem como lema mudar pouco a equipe.
Com Cuca, o time santista alternou esquemas táticos (3-5-2, 4-4-2 e 3-6-1). No domingo, o ex-treinador do clube volta à Vila, agora com o Fluminense.
Apesar de todas as mudanças nas últimas semanas, um "ritual" será seguido pelo Santos na véspera do jogo de domingo: o popular rachão, que inclui a presença de membros da comissão técnica, está mantido.


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