São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Equipe de Parreira, que foi vazada duas vezes pela fraca Venezuela, sofre em média mais de um gol por jogo na atual disputa das eliminatórias para a Copa, algo inédito na história

Seleção lidera mesmo com a retaguarda esburacada

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ

É bom mesmo para a seleção brasileira que Ronaldo e seus companheiros de ataque sigam em alta. Isso porque a defesa do time, como aconteceu anteontem na vitória de 5 a 2 contra a Venezuela, não é das mais confiáveis.
Pela primeira vez na história, o Brasil foi vazado duas vezes contra o time mais fraco do continente -é o único país da região que jamais conseguiu disputar uma Copa do Mundo e o único que não venceu a seleção brasileira na história. E, pior, tem no classificatório para o Mundial-2006, no qual é líder, o seu pior desempenho defensivo em eliminatórias.
Nunca antes o Brasil terminou um torneio desse tipo sofrendo mais de um gol por jogo, incluindo a claudicante campanha pela vaga para o Mundial de 2002, quando a equipe se classificou apenas na última rodada, com uma vitória sobre a Venezuela.
Agora, ostenta média de 1,11. Antes do atual qualificatório, o time tinha média de somente 0,55 tento sofrido nas partidas que levam para uma Copa do Mundo.
Dos nove jogos do primeiro turno, encerrado neste final de semana, o time de Carlos Alberto Parreira foi vazado em sete, incluindo contra alguns dos selecionados mais fracos do torneio, como Venezuela, Bolívia e Colômbia -este último é o adversário desta quarta-feira, em Maceió, na abertura do segundo turno.
Se houvesse uma classificação apenas por gols sofridos, o Brasil, no lugar da liderança isolada por pontos conquistados, estaria em um modesto quinto lugar.
Parreira, apesar da dilatada vitória contra os venezuelanos, não escondeu a insatisfação com seu sistema defensivo.
"São falhas que não deveriam acontecer. Não podemos tomar dois gols da Venezuela. Fizemos cinco gols que deveríamos fazer e levamos dois gols que não podíamos tomar", disse o técnico, que ainda viu seu time sofrer um gol anulado -houve impedimento no primeiro tento venezuelano.
Como fez durante toda a semana, Parreira exaltou a evolução da Venezuela. "Demos uma vacilada no final. Eles cresceram e fizeram os gols. Sabíamos que eles tinham vocação ofensiva", declarou.
Mesmo com o desempenho ruim na defesa, Parreira não vai mexer no setor para o desafio contra os colombianos. Roque Júnior e Juan, que formam a zaga titular do Bayer Leverkusen, da Alemanha, seguem prestigiados.
Mas Parreira tem dois problemas para escalar a equipe. Kaká, que marcou duas vezes contra a Venezuela em Maracaibo, recebeu o segundo cartão amarelo e está suspenso. "É uma pena ficar fora de um jogo no Brasil", disse o atacante, liberado ontem mesmo pela comissão técnica. Seu provável substituto será Adriano (que novamente deixou sua marca no sábado), com uma pequena chance também para Alex.
Juninho Pernambucano pode ser outro desfalque. Ele sofreu uma entorse no tornozelo anteontem e é dúvida -jogadores e comissão técnica reclamaram muito do estado do gramado de Maracaibo. Seu corte e a provável convocação de um novo atleta chegaram a ser cogitados, mas ele seguia na equipe até a noite de ontem. Caso o jogador do Lyon não tenha condições, Edu é o mais cotado para substituí-lo.
Depois do domingo de folga, a seleção volta a treinar hoje, no estádio Rei Pelé, o mesmo local da partida de depois de amanhã.

Texto Anterior: O que ver na TV
Próximo Texto: O personagem: Em alta, Ronaldo tira o dia de folga para namorar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.