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Equipe de Parreira, que foi vazada duas vezes pela fraca Venezuela, sofre em média mais de um gol por jogo na atual disputa das eliminatórias para a Copa, algo inédito na história
Seleção lidera mesmo com a retaguarda esburacada
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ
É bom mesmo para a seleção
brasileira que Ronaldo e seus
companheiros de ataque sigam
em alta. Isso porque a defesa do time, como aconteceu anteontem
na vitória de 5 a 2 contra a Venezuela, não é das mais confiáveis.
Pela primeira vez na história, o
Brasil foi vazado duas vezes contra o time mais fraco do continente -é o único país da região que
jamais conseguiu disputar uma
Copa do Mundo e o único que
não venceu a seleção brasileira na
história. E, pior, tem no classificatório para o Mundial-2006, no
qual é líder, o seu pior desempenho defensivo em eliminatórias.
Nunca antes o Brasil terminou
um torneio desse tipo sofrendo
mais de um gol por jogo, incluindo a claudicante campanha pela
vaga para o Mundial de 2002,
quando a equipe se classificou
apenas na última rodada, com
uma vitória sobre a Venezuela.
Agora, ostenta média de 1,11.
Antes do atual qualificatório, o time tinha média de somente 0,55
tento sofrido nas partidas que levam para uma Copa do Mundo.
Dos nove jogos do primeiro turno, encerrado neste final de semana, o time de Carlos Alberto Parreira foi vazado em sete, incluindo
contra alguns dos selecionados
mais fracos do torneio, como Venezuela, Bolívia e Colômbia -este último é o adversário desta
quarta-feira, em Maceió, na abertura do segundo turno.
Se houvesse uma classificação
apenas por gols sofridos, o Brasil,
no lugar da liderança isolada por
pontos conquistados, estaria em
um modesto quinto lugar.
Parreira, apesar da dilatada vitória contra os venezuelanos, não
escondeu a insatisfação com seu
sistema defensivo.
"São falhas que não deveriam
acontecer. Não podemos tomar
dois gols da Venezuela. Fizemos
cinco gols que deveríamos fazer e
levamos dois gols que não podíamos tomar", disse o técnico, que
ainda viu seu time sofrer um gol
anulado -houve impedimento
no primeiro tento venezuelano.
Como fez durante toda a semana, Parreira exaltou a evolução da
Venezuela. "Demos uma vacilada
no final. Eles cresceram e fizeram
os gols. Sabíamos que eles tinham
vocação ofensiva", declarou.
Mesmo com o desempenho
ruim na defesa, Parreira não vai
mexer no setor para o desafio
contra os colombianos. Roque Júnior e Juan, que formam a zaga titular do Bayer Leverkusen, da
Alemanha, seguem prestigiados.
Mas Parreira tem dois problemas para escalar a equipe. Kaká,
que marcou duas vezes contra a
Venezuela em Maracaibo, recebeu o segundo cartão amarelo e
está suspenso. "É uma pena ficar
fora de um jogo no Brasil", disse o
atacante, liberado ontem mesmo
pela comissão técnica. Seu provável substituto será Adriano (que
novamente deixou sua marca no
sábado), com uma pequena chance também para Alex.
Juninho Pernambucano pode
ser outro desfalque. Ele sofreu
uma entorse no tornozelo anteontem e é dúvida -jogadores e
comissão técnica reclamaram
muito do estado do gramado de
Maracaibo. Seu corte e a provável
convocação de um novo atleta
chegaram a ser cogitados, mas ele
seguia na equipe até a noite de ontem. Caso o jogador do Lyon não
tenha condições, Edu é o mais cotado para substituí-lo.
Depois do domingo de folga, a
seleção volta a treinar hoje, no estádio Rei Pelé, o mesmo local da
partida de depois de amanhã.
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