São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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Brasil cai na classificação dos Jogos de Sydney

Com punição de Marion Jones, país perde uma posição e fica em 53º lugar

Após confissão de doping, velocista deve fazer EUA ficarem sem 5 medalhas, beneficiando a Jamaica, que sobe para a 38ª colocação

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A redistribuição das medalhas que estavam em poder de Marion Jones fará o Brasil cair uma posição no quadro de medalhas nos Jogos de Sydney-2000, ficando em 53º lugar. É a pior posição do país nas Olimpíadas nas quais foi ao pódio.
Com a eliminação da velocista, que confessou uso de doping antes da Olimpíada, os EUA devem perder três ouros (100 m, 200 m e 4 x 400 m) e dois bronzes (salto em distância e 4 x 100 m). Mesmo assim, mantêm a ponta na classificação geral (37 ouros, 24 pratas e 31 bronzes).
O país que mais lucrou com esse imbróglio foi a Jamaica, alçada de 53º para 38º lugar, tendo herdado um ouro, uma prata e dois bronzes só nas provas em que Marion Jones atuou.
A dúvida que ainda existe é se os EUA terão cassadas suas classificações até nos revezamento. Há decisões contraditórias em casos semelhantes.
Em 2005, Jerome Young foi condenado por ter tido um doping encoberto em 1999. O velocista perdeu o ouro dos Jogos de Sydney-2000 no 4 x 400 m. O resultado da equipe norte-americana, porém, foi mantido.
As sentenças de dois outros casos foram diferente -ambas beneficiaram o Brasil.
No Pan-2003, Mickey Grimes foi flagrado para efedrina após vencer os 100 m. Dias depois, correu pelos EUA e ganhou no 4 x 100 m. As medalhas foram cassadas, e o Brasil herdou o ouro no revezamento.
No Mundial de Paris-2003, Dwain Chambers, primeiro caso de THG no atletismo, integrou o time britânico no 4 x 100 m. Com sua eliminação, os brasileiros subiram um degrau no pódio, ficando com a prata.
O THG, esteróide anabólico criado para burlar o antidoping, é a mesma droga usada por Marion Jones em sua preparação para Sydney-2000.
A comoção criada com o doping do maior nome do atletismo olímpico na Austrália deve fazer a decisão pender ao rigor.
"Nossas regras agora estabelecem que o atleta dopado perde o resultado também no revezamento. Quando tentamos cancelar o resultado de Jerome Young, essa regra era diferente", afirmou à Folha Nick Davies, porta-voz da Iaaf (entidade que comanda o atletismo).


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