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AUTOMOBILISMO
Média de pontos é a mais baixa da história
Brasil avança para seu pior ano na Indy
FÁBIO SEIXAS
da Reportagem Local
Seis pilotos brasileiros caminham para encerrar no dia 1º de
novembro, no superoval de Fontana, a pior participação do país em
sua história na Indy.
A temporada 98 vem sendo a
mais improdutiva para os brasileiros em três de quatro critérios adotados para medir o desempenho ao
longo dos anos: vitórias, poles e
média de pontos por piloto.
Só não foi a mais fraca no total
absoluto de pontos, em que supera
apenas os campeonatos de 85 a 92,
quando o Brasil contou com, no
máximo, três pilotos.
Juntos, Gil de Ferran, Tony Kanaan, Mauricio Gugelmin, Christian Fittipaldi, André Ribeiro e Hélio de Castro Neves marcaram 273
pontos nas 17 provas já disputadas
neste ano, média de 45,5 pontos
por piloto. O índice é recorde negativo nos 14 anos de participação
efetiva do país na categoria.
No ano passado, com um piloto a
menos, o Brasil encerrou o campeonato, então com 17 provas,
com 440 pontos, 61% a mais. A média ficou em 88 pontos por piloto.
Até agora, neste ano, os brasileiros não venceram -marca inédita- e não conseguiram nenhuma
pole position, o que não acontecia
desde o campeonato de 87.
Para que a média de pontos deixe
de ser a pior da história, os brasileiros precisam somar 70 pontos nas
duas últimas etapas, um quarto do
que conseguiram no ano todo.
Na média, os brasileiros conseguiram até agora 2,6 pontos por
prova. O que equivale a dizer que, a
cada duas provas, o piloto brasileiro médio chegou em oitavo em
uma e abandonou a outra.
A fraca campanha se reflete na
queda de interesse do público brasileiros pelas corridas da Indy.
Em 95, quando passou a ser
transmitida pelo SBT, a Indy conseguia, em média, 11 pontos de audiência no Ibope.
O pico naquele ano foi as 500 Milhas de Indianápolis, com Christian em segundo lugar, atrás de
Jacques Villeneuve: 14 pontos.
Em 96, a vitória de Ribeiro na
primeira edição da Rio 400, teve
média de 17 pontos, pico de 22.
Neste ano, a audiência da Indy ficou na faixa dos 7 pontos.
Cada ponto no Ibope equivale a
cerca de 80 mil telespectadores na
Grande São Paulo.
A queda de audiência da Indy,
que "invade" o horário de Gugu na
sua acirrada disputa com Fausto
Silva aos domingos, motivou a direção do SBT a romper o contrato
com Emerson Fittipaldi e deixar de
transmitir a categoria em 99.
²
Rumores
Outro reflexo da má fase dos brasileiros é o início dos boatos sobre
seu futuro na Indy.
Nesta semana, a "Autosport",
uma das mais bem conceituadas
publicações de automobilismo no
mundo, publicou reportagem afirmando que Ribeiro corre risco de
demissão na Penske.
Contratado pela equipe no final
do ano passado, o brasileiro conquistou 13 pontos nesta temporada, contra 72 de seu companheiro,
o norte-americano Al Unser Jr.
O Brasil ocupa hoje o terceiro lugar na Copa das Nações, que apura, prova a prova, o melhor resultado do piloto de cada país.
Em primeiro, estão os Estados
Unidos, com 269 pontos. Em segundo a Itália -leia-se Alessandro Zanardi-, com 250. O Brasil
soma 179 pontos.
"Cometi alguns erros, o que é
normal para um novato, mas meus
resultados superaram minhas expectativas", afirmou Kanaan, brasileiro mais bem colocado no campeonato, em nono, e vencedor do
título de "estreante do ano".
"Acho que acabou a água", disse
Castro Neves, em alusão ao famoso
comentário de Jackie Stewart atribuindo o sucesso dos pilotos brasileiros à água que eles bebem.
A Folha traz nesta página a opinião de todos os pilotos brasileiros
sobre a temporada 98. O desânimo
é unânime. E contrasta com a empolgação que tomava conta de parte desses pilotos anos atrás, quando a Indy aparecia como redenção
e alternativa às dificuldades da F-1.
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