São Paulo, Quinta-feira, 11 de Novembro de 1999
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OLIMPÍADA
Canadense assume presidência
COI anuncia início da ação antidoping

das agências internacionais

O COI (Comitê Olímpico Internacional) formalizou ontem, em Lausanne (Suíça), a criação da Agência Mundial Antidoping.
Também foi nomeado o canadense Richard Pound, vice-presidente do COI, para a presidência provisória do novo órgão, que terá um orçamento de cerca de US$ 25 milhões.
A decisão de criar a agência foi tomada em fevereiro deste ano, durante a Conferência Mundial sobre doping, que também aconteceu em Lausanne.
A necessidade do órgão tornou-se imperativa, porém, por causa dos recentes casos de atletas consagrados que deram positivo em testes para substâncias proibidas.
Um dos mais polêmicos foi o do cubano Javier Sottomayor, recordista mundial do salto em altura, que teve cocaína encontrada em exame nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá).
Outros dois casos importantes foram os do inglês Linford Christie, ouro nos 100 m na Olimpíada de Barcelona-92, e da jamaicana Marlene Ottey, detentora da terceira melhor marca da história na prova feminina dos 100 m, que deram positivo para nandrolona.
Entre atletas brasileiros, a mesma substância provocou a suspensão de Elisângela Adriano, ouro no lançamento de disco no Pan de Winnipeg.
Segundo seu presidente, a agência antidoping deverá começar a funcionar efetivamente a partir da próxima reunião do COI, marcada para os dias 10 e 11 de dezembro. A sede provisória do órgão, que terá entre dez e 35 membros, será a cidade de Lausanne.
""Estou pronto para assumir esse desafio, para colocar a agência sobre os trilhos", disse Pound. Já foram nomeados 12 delegados.
Os atletas também estão representados. Três já foram indicados: o jogador norte-americano de vôlei Robert Cvrtlik, a esquiadora italiana Manuela DiCenta e o patinador norueguês Johann Olav Koss.
Entre as tarefas do órgão, estão a definição de uma lista única de substâncias proibidas, para ser usada por todas as modalidades esportivas, coordenar a realização de exames, formular padrões para o recolhimento e a análise das amostras, promover a unificação das punições e buscar novos sistemas de controle.
Também estão previstas a pesquisa, a prevenção e a educação contra o uso do doping.
Uma das metas iniciais é atrair a participação do governo norte-americano, que já havia manifestado contrariedade por considerar que a agência não será independente do COI.
"Espero que os EUA se somem a essa iniciativa. É um país muito importante, que tem muita preocupação com o doping. Acredito que temos respondido satisfatoriamente às suas inquietações sobre a independência e a transparência", afirmou Pound.
Segundo ele, o COI terá uma participação de 12,5% entre os membros do novo órgão.


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