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amargo regresso
Corinthians repete final em Goiânia
Há dois anos, time foi campeão brasileiro na cidade; hoje faz jogo decisivo contra o rebaixamento à segunda divisão
Jogadores consideram o confronto de hoje o mais importante do ano, já cartola vai mais longe e
fala em "jogo da década"
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
ENVIADOS ESPECIAIS A GOIÂNIA
O dinheiro minguou, as estrelas se foram, título nem pensar e a corda cada vez mais
amarrada ao pescoço.
A volta do Corinthians a
Goiânia para uma decisão, hoje,
às 16h, no Serra Dourada, contra o Goiás, mostra realidade
desoladora ao clube alvinegro,
que luta, desesperadamente,
para fugir do rebaixamento no
Campeonato Brasileiro-2007.
Se a capital goiana foi o cenário do único momento glorioso
do malfadado acordo com a
MSI, ela também pode deixar
mais evidente nesta tarde seqüelas de uma transação suspeita, que teve seus mentores
acusados de lavagem de dinheiro, por pouco não virou uma
CPI no Congresso e deixou o
segundo clube mais popular do
país em frangalhos.
Como prenúncio de que as
coisas não iam bem, a festa do
Brasileiro-05 no vestiário do
Serra Dourada mostrou que o
casamento estava condenado.
Enquanto Kia Joorabchian,
presidente da MSI, estava nos
braços dos jogadores, Alberto
Dualib, então presidente corintiano e ignorado pelos atletas
naquele dia, afirmava que o título fora conquistado no "improviso", na "bacia das almas".
Os dois não são mais protagonistas no Parque São Jorge,
mas deixaram legado negativo
que deve perdurar por mais alguns anos no Parque São Jorge.
Vice de futebol em 2005 e
agora presidente do clube após
14 anos de Dualib, Andrés Sanches, que votou a favor da parceria, tem a missão de reerguer
o clube e hoje terá o principal
desafio de sua ainda curta gestão. "Acho que agora é hora de
enterrar o passado e pensar no
futuro", diz o cartola, que promete varredura em todos os departamentos corintianos.
No Parque São Jorge, falar
em queda para a segunda divisão é proibido. Tanto o elenco
como os dirigentes consideram
o duelo de hoje como o mais
importante do ano.
Alguns, como o vice de futebol Antoine Gebran, exageram.
"É o jogo da década", diz. "Tenho certeza que no dia 2 de dezembro [quando o time pega o
Grêmio na última rodada] vamos a Porto Alegre livres dessa
ameaça, comer um bom churrasco e outras coisinhas mais."
Da conquista em 2005, sete
jogadores compõem o elenco
atual -Marcelo, Júlio César,
Edson, Betão, Marinho, Bruno
Octávio e Gustavo Nery.
Só dois, Betão e Nery, são titulares da equipe que tem 42
pontos, um a mais que o rival,
que está na zona de rebaixamento do Nacional.
"É diferente de 2005, estamos pensando agora em sair da
situação incômoda. Teremos
agora um jogo de seis pontos.
Está todo mundo colaborando
e querendo sair desta situação
o mais rápido possível", afirma
o lateral Gustavo Nery, que
atribui a má fase aos problemas
originados pela parceria.
Ele é o único atleta, contratado pela MSI, a ainda estar no
clube. Mas deve deixar o Corinthians ao final do Brasileiro.
Betão concorda. "Aquela foi
uma decisão mesmo e ganhamos com méritos. Agora também é, mas não do jeito que
gostaríamos. Temos que honrar o clube e tirá-lo dessa situação", falou o capitão corintiano.
Para o técnico Nelsinho Baptista, o primeiro técnico campeão brasileiro pelo Corinthians (1990), a partida de hoje
é a mais importante do ano.
"Ficar na primeira divisão
não será só bom para o clube,
mas para todos nós, independentemente de quem for continuar aqui ou não. Não podemos
ficar manchados."
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