São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

JUCA KFOURI

Maldosos x puros


Melhor manter o coração puro do que ver maldade em tudo, embora acabe sendo mais sofrido


ACREDITAR NAS pessoas é melhor do que não acreditar. Por mais que pegar na mentira doa mais do que ser cético por natureza.
Há pessoas que nascem céticas, para sorte delas. Há as que ficam, com o passar do tempo.
Não confundir, por favor, necessariamente, ceticismo com niilismo.
Um exemplo exemplar, com o perdão da redundância: este colunista um dia acreditou em Edilson Pereira de Carvalho, quando o ex-árbitro lhe disse que não tinha falsificado seu diploma de conclusão de curso colegial, sem o que não poderia ser árbitro. E deixou de acreditar quando pôs a mão no diploma falso. Daí não ter se surpreendido quando, em 2005, ele foi pego por manipular resultados de jogos do Brasileirão.
No caso dele, sim, é verdade, foi preciso ter o documento na mão. Em outros, até porque não deixam documentos, vale a observação, o indício e a boa ou má vontade para aceitar versões.
Bernardinho veio a público, na ESPN Brasil, dizer que não houve marmelada, mas uma decisão votada pelo grupo para não ir com força máxima contra a Bulgária.
Quem quiser ver aí apenas isso acreditará que, mesmo sem poderio total, os que foram à quadra foram para ganhar, embora tenham perdido por 3 a 0 dos búlgaros, que também não queriam ganhar.
Quem, por outro lado, quiser ver na decisão da maioria a antecipação da derrota que beneficiava o caminho vitorioso da seleção de vôlei também pode ver. É como vejo, aliás.
Não deixei, com isso, ao contrário do caso Edilson, de respeitar Bernardinho e seus campeões. Posso até aceitar a decisão, mas não posso deixar de registrar o sofisma.
É diferente em relação ao que, imagina-se, possa acontecer na reta finalíssima do Brasileirão, com time entregando jogo para prejudicar um rival.
Porque, aí, não merece respeito mesmo.
Mas não imagino Rogério Ceni fazendo o papel de Felipe, indignado. Ou PC Carpegiani sendo expulso de campo no primeiro tempo, como foram Mano Menezes e Chicão, no mesmo jogo, penúltima rodada do Brasileirão-09, em Campinas, contra o Flamengo, com a perda, machucados, de Ronaldo e de Edu também, ainda no primeiro tempo.
Se são casos de aspas (indignado, expulso, machucado?) ou de simples coincidência, você decide, maldoso ou puro.
Como fará o São Paulo.
A coluna folga e volta dia 22.

blogdojuca@uol.com.br


Texto Anterior: Santos: Equipe tem volta de 4 titulares
Próximo Texto: Arena do DF será menor, diz Agnelo
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.