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FUTEBOL
Membros da organizada palmeirense, extinta pela Justiça no anos passado, criam nova torcida em cartório
Mancha vira 'Alviverde' para torcer no RJ
FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local
Os integrantes
da organizada
Mancha Verde,
a maior do Palmeiras até ser
extinta por decisão judicial, no
ano passado, estão formando uma nova torcida
para acompanhar a decisão do
Campeonato Brasileiro.
Capitaneados por Paulo Serdan,
presidente da Mancha à época da
extinção, os palmeirenses foram
ao cartório e registraram a "Mancha Alviverde", com o objetivo de
seguir, sem problemas com a Justiça, o time paulista no segundo jogo
da decisão com o Vasco, programada para o dia 21, no Maracanã.
Como em São Paulo a entrada de
torcidas organizadas nos estádios
está proibida por portaria da Federação Paulista de Futebol, a intenção é poder torcer no Rio, onde as
organizadas são liberadas.
"É uma entidade nova que está
nascendo. A Mancha Alviverde
não será apenas para o jogo do Rio,
mas principalmente para ele", diz
Serdan, que, apesar de um dos
mentores da nova torcida, garante
que será apenas um "assessor".
"Estou fora. Quero só passar segurança para eles. Meu período à
frente da torcida do Palmeiras está
se encerrando."
Quem assumirá, ao menos de direito, a função de presidente da
Mancha Alviverde será Fernando
Fagiani, 37, o "Nandão", membro
da Mancha Verde desde a fundação da organizada, em 83.
"Queremos tirar a imagem de
violência que as organizadas têm.
Vamos formar uma diretoria forte, para ter controle sobre os associados", afirma "Nandão".
Ele nega que a mudança quase
imperceptível no nome da torcida
seja uma provocação à Justiça.
"Foi para não perder a essência.
Não queremos perder o vínculo
com os associados antigos."
Serdan diz não acreditar que surjam problemas com o Ministério
Público, que solicitou a extinção
da Mancha Verde.
"Estamos num país democrático, ninguém pode proibir a reunião de pessoas. Aí já caracterizaria perseguição."
Apesar de, segundo Serdan, o registro em cartório ficar pronto
apenas hoje, a Mancha Alviverde
já iniciou as atividades.
Na loja do bloco de carnaval
Mancha Verde, criado após a decisão judicial para não desgarrar os
membros da torcida, quem atende
o telefone já pronuncia o nome da
nova torcida.
Para o jogo do Rio, 70 bandeiras
já foram cortadas, devendo ser
pintadas a partir de hoje -provavelmente com o mesmo símbolo
da Mancha Verde, um clone esverdeado do Mancha Negra, criminoso das histórias de Walt Disney.
"Amanhã (hoje vamos ter um
papo para ver se vamos manter o
desenho, mas provavelmente sim,
porque quem poderia reclamar a
patente (sic) do símbolo éramos
nós mesmos", diz Serdan.
O ex-dirigente da Mancha Verde
calcula que a nova torcida já nascerá grande, com cerca de 400 associados. Na próxima segunda, Serdan e "Nandão" irão ao Rio, ter
uma reunião com representantes
da PM para saber que material poderão levar para a partida.
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