São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

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BASQUETE

Exame apontou que jogador brasileiro fez uso da substância proibida norandrosterona durante Mundial-02

Pivô da seleção é suspenso por 2 anos por uso de doping

DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiba (Federação Internacional de Basquete) comunicou ontem à CBB (Confederação Brasileira de Basquete) que o pivô Rafael Araújo, o Baby, 22, está suspenso por dois anos de competições oficiais. A punição estende-se de 11 de setembro passado a 10 de setembro de 2004.
De acordo com a Comissão de Controle de Doping da Fiba, exame antidoping administrado durante o 14º Mundial, que se encerrou no dia 8 de setembro, em Indianápolis, nos EUA, apontou que Baby fez uso da substância proibida norandrosterona, um esteróide anabólico que aumenta a força e a potência muscular.
O exame positivo foi na partida do Brasil contra a Espanha.
No Mundial, a Fiba realizou exames antidoping em somente alguns jogos. O Brasil teve jogadores selecionados para passar pelo controle também nos confrontos contra Turquia e Angola.
Em sua defesa, Baby afirmou à Folha que tomava um complexo vitamínico, mas não sabia que ele continha esse tipo de substância.
A substância consumida pelo atleta contém 4-androstenodiona, 19-nor-5-androstenodiona e 5-androstenodiol. Segundo o médico Francisco Radler de Aquino, do Ladetec, laboratório localizado no Rio e credenciado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) para realizar exames antidoping, as três substâncias são pró-hormônios (esteróides anabólicos).
À época, o pivô disse que comprou o produto em uma loja e que não sabia que continha substância proibidas pela Fiba.
"Ele [o complexo] é vendido normalmente no comércio. Comprei por conta própria. Nem sabia o que estava tomando", lamentou o pivô brasileiro. "Tive azar."
Posteriormente, o jogador buscou provar que nunca utilizou substâncias dopantes.
No mês passado, divulgou resultado de um outro exame a que se submeteu, duas semanas depois do término da competição, e que teria dado negativo para substâncias proibidas.
Segundo o jogador, o novo teste foi realizado na Universidade de Brigham Young, em Provo (Utah), que o convidara neste ano para defendê-la no torneio universitário. As regras da NCAA (entidade que controla o esporte universitário dos EUA) prevêem que todo atleta que apresenta teste positivo em torneios internacionais é obrigado a se submeter a um novo exame. Caso permaneça o resultado, o atleta é suspenso pelo período de um ano.
"Espero mostrar que nunca fiz uso de esteróide pesado e que não usava produtos proibidos, pois jamais faria algo errado que pudesse prejudicar minha carreira", disse ao fazer o anúncio.
Embora liberado para atuar nos EUA, a Fiba, em seus julgamentos, não costuma considerar exames executados por terceiros.


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