São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

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A PETISTA

Sobram atletas, mas falta arena

DA REPORTAGEM LOCAL

Material humano não é problema, já que quase 3.000 garotos se engalfinham na disputa dos campeonatos amadores locais. Mas, quando têm a chance de chegar ao profissionalismo, os jovens atletas de Diadema acabam rumando para os municípios vizinhos. Motivo: não há um estádio para abrigar partidas oficiais.
Cidade símbolo do governo petista -o partido domina o município desde 1982-, Diadema abriga, em seus minguados 31 km2, mais de 357 mil habitantes.
"Conheço o nosso potencial, mas não tenho uma área para construir um estádio. Está tudo povoado", explica o diretor do Departamento de Esportes e Lazer da cidade, Ronaldo Formiga.
Tanta gente em um espaço tão exíguo também faz a prefeitura utilizar os campos de futebol para outras atividades. "Às vezes, não há espaço nos bairros e nas escolas para que os nossos professores desenvolvam seu trabalho. Assim, somos obrigados a levar aulas de ginástica e alongamento para os gramados", disse Formiga.
Nesses campos que hoje recebem aulas de ginástica, um atarracado garoto que adorava driblar apareceu para o futebol.
Era Denílson, que hoje defende o Betis, da Espanha, e é a principal revelação da cidade.
O diretor de Esportes conta também que a administração municipal já estudou formas de transformar os campos da periferia em pequenos estádios, mas esbarrou nos mesmos problemas. "Em alguns locais, os campos são cercados por áreas de mananciais. Em outros, casas de alvenaria da população mais pobre circundam os gramados. Onde eu coloco essas pessoas?" (PC E GR)


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