DA REPORTAGEM LOCAL

Um apinhado de jogadores foi montado às pressas para enfrentar o poderoso Vitória, time da capital, na inauguração do estádio municipal de Porto Seguro. Batizado de Antonio Carlos Magalhães, o campo tinha capacidade para acomodar mil torcedores.
Quase 6.500, porém, se amontoaram nas arquibancadas, casas e árvores vizinhas naquela tarde de domingo de 1974. O frisson com o futebol, porém, não perpetuou na primeira cidade do Brasil.
Palco da chegada dos portugueses em 1500, Porto Seguro não conseguiu organizar um time de futebol profissional após a construção de seu estádio.
"É verdade que nunca tivemos patrocínio, mas também nunca encontrei pessoas que soubessem coordenar um time", explica Romali Moura, diretor de Esportes e Turismo do município.
Ex-camisa 10 do Galícia e Itabuna, equipes do futebol baiano, Moura tem agora um agravante para fomentar o profissionalismo: o estádio, que nunca passou por uma grande reforma, está aos frangalhos. "As arquibancadas estão destruídas, e os sanitários, quase interditados", conta.
A única esperança de Moura mora na Itália, coordena uma das principais equipes do futebol mundial e tem uma casa de veraneio em Porto Seguro.
Massimo Moratti, presidente da Inter de Milão, firmou um acordo com a prefeitura para manter uma escolinha de futebol no município. Moura acredita que, com o passar do tempo, o investimento possa se estender e gerar a formação de um time profissional.
"Quem sabe, um dia, a gente não consiga uma parceria para ceder jogadores à Inter?". (PC E GR)


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