São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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"Viúvo", Nacional define finalistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O Nacional feminino dá largada hoje às semifinais de uma competição esvaziada pela ausência de Janeth, principal estrela da seleção. A ala não participou do campeonato pela primeira vez desde que o Nacional surgiu, em 1998.
Ourinhos, favorito absoluto ao título, recebe o Catanduva. No outro confronto, São Caetano e Sport se enfrentam no ABC.
Sem receber propostas tentadoras no país, Janeth preferiu ir jogar na Espanha, pelo Valencia.
Sem estrelas em quadra, a competição despertou pouco interesse para a TV. O Sportv, que detém os direitos de transmissão do Nacional, exibiu apenas seis partidas -o início das semifinais também ficará fora da telinha.
Na edição anterior, até as semifinais, a emissora fechada já havia passado 18 jogos -totalizou 27 transmissões no campeonato.
"No ano passado, o nosso time ficou em terceiro lugar e teve 13 jogos mostrados. Neste ano, foram só dois até agora", lamenta o técnico Norberto da Silva, o Borracha, do São Caetano.
Entre os clubes, é unânime a versão de que não dá para competir com ofertas européias em euros ou propostas americanas em dólares. Das 12 atletas que ficaram em quarto lugar nos Jogos de Atenas, só duas atuam no país: a armadora Vivian e a ala Sílvia Gustavo, reservas na Olimpíada.
"E só conseguimos mantê-las porque tivemos um patrocínio para pagar o salário das duas", ressalta Borracha, cuja equipe tem apoio do grupo Bombril.
Além da ausência de destaques, a competição se tornou previsível.
"Todo mundo sabe que o Ourinhos ficará com o título, e o São Caetano será o vice-campeão", diz Edson Ferreto, técnico do Catanduva, sem estar denunciando um esquema de manipulação de resultados, como o que manchou o último Brasileiro de futebol.
"Quero fazer bons jogos contra elas. Mas vencer é muito difícil", reconhece o treinador, que ficou desfalcado de Cléia, cestinha do Nacional, com 22,7 pontos. A ala se transferiu para a Europa antes do início dos mata-matas. Mesmo destino tiveram a ala-armadora Luciana e a pivô Ana Lúcia.
Com uma invencibilidade de 42 jogos, o Ourinhos está há quase um ano sem perder jogo oficial no país. O último revés ocorreu em 16 de janeiro de 2005, para o Americana, pelo segundo duelo da série decisiva do último Nacional.
"Não tenho nenhuma recordação especial daquela partida. Foi um jogo como outro qualquer", desdenha Paulo Bassul, último técnico a derrotar o time dirigido por Antonio Carlos Vendramini.
Tal predomínio é lamentado até por quem poderia comemorá-lo.
"É muito ruim que haja uma equipe dominando tanto. O campeonato precisa de competitividade para motivar a todos", comenta Vendramini. (ALF)


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