|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Viúvo", Nacional define finalistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O Nacional feminino dá largada
hoje às semifinais de uma competição esvaziada pela ausência de
Janeth, principal estrela da seleção. A ala não participou do campeonato pela primeira vez desde
que o Nacional surgiu, em 1998.
Ourinhos, favorito absoluto ao
título, recebe o Catanduva. No
outro confronto, São Caetano e
Sport se enfrentam no ABC.
Sem receber propostas tentadoras no país, Janeth preferiu ir jogar na Espanha, pelo Valencia.
Sem estrelas em quadra, a competição despertou pouco interesse para a TV. O Sportv, que detém
os direitos de transmissão do Nacional, exibiu apenas seis partidas
-o início das semifinais também
ficará fora da telinha.
Na edição anterior, até as semifinais, a emissora fechada já havia
passado 18 jogos -totalizou 27
transmissões no campeonato.
"No ano passado, o nosso time
ficou em terceiro lugar e teve 13
jogos mostrados. Neste ano, foram só dois até agora", lamenta o
técnico Norberto da Silva, o Borracha, do São Caetano.
Entre os clubes, é unânime a
versão de que não dá para competir com ofertas européias em euros ou propostas americanas em
dólares. Das 12 atletas que ficaram
em quarto lugar nos Jogos de Atenas, só duas atuam no país: a armadora Vivian e a ala Sílvia Gustavo, reservas na Olimpíada.
"E só conseguimos mantê-las
porque tivemos um patrocínio
para pagar o salário das duas",
ressalta Borracha, cuja equipe
tem apoio do grupo Bombril.
Além da ausência de destaques,
a competição se tornou previsível.
"Todo mundo sabe que o Ourinhos ficará com o título, e o São
Caetano será o vice-campeão",
diz Edson Ferreto, técnico do Catanduva, sem estar denunciando
um esquema de manipulação de
resultados, como o que manchou
o último Brasileiro de futebol.
"Quero fazer bons jogos contra
elas. Mas vencer é muito difícil",
reconhece o treinador, que ficou
desfalcado de Cléia, cestinha do
Nacional, com 22,7 pontos. A ala
se transferiu para a Europa antes
do início dos mata-matas. Mesmo
destino tiveram a ala-armadora
Luciana e a pivô Ana Lúcia.
Com uma invencibilidade de 42
jogos, o Ourinhos está há quase
um ano sem perder jogo oficial no
país. O último revés ocorreu em
16 de janeiro de 2005, para o Americana, pelo segundo duelo da série decisiva do último Nacional.
"Não tenho nenhuma recordação especial daquela partida. Foi
um jogo como outro qualquer",
desdenha Paulo Bassul, último
técnico a derrotar o time dirigido
por Antonio Carlos Vendramini.
Tal predomínio é lamentado até
por quem poderia comemorá-lo.
"É muito ruim que haja uma
equipe dominando tanto. O campeonato precisa de competitividade para motivar a todos", comenta Vendramini.
(ALF)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Sport tenta levar Nordeste à 1ª final Índice
|