São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

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dramalhão

Nilmar deixa concentração corintiana

Advogado acusa dirigentes do time de jogo duplo e vai a Jarinu buscar atleta; clube pode alegar abandono e cobrar multa

Atacante, que disse querer ficar, deve participar de reunião entre seu estafe e a diretoria da equipe hoje para tentar um novo acordo


EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A JARINU

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

No dia em que Nilmar afirmou querer continuar no clube, o estafe do atleta, irritado com o Corinthians, tirou o jogador da concentração em Jarinu (a 80 km de São Paulo).
O advogado do atacante, Breno Tannuri, diz que tomou a atitude porque a direção do clube alvinegro não cumpriu acordo relativo a como agir diante da Fifa na disputa com o Lyon.
Tannuri e o agente Orlando da Hora foram para a porta do hotel, às 18h, ligaram para o atleta e pediram que ele saísse.
O jogador disse a Emerson Leão que seu empresário pedira para que deixasse a concentração. Ouviu do treinador que seria um erro, mas que ninguém tentaria impedi-lo. Leão relatou os fatos para a diretoria.
Hoje haverá uma reunião entre Renato Duprat, que dirige o futebol corintiano, o atacante e seus representantes. O clube dirá que, se Nilmar não voltar ao time, alegará abandono de emprego. E que cobrará uma multa rescisória de 17 milhões (cerca de R$ 47 milhões).
O procurador e o advogado do atacante acusam os dirigentes de fazer jogo duplo. Isso porque a direção corintiana diz à Fifa não ter vínculo com Nilmar e, para a Justiça brasileira, alega ter pedido a prorrogação de contrato do atacante.
Na terça, o clube havia dito a Tannuri que comunicara a Fifa ter contrato com Nilmar. Ontem, segundo ele, ao receber as alegações da defesa na ação movida pelo Lyon pelos direitos do atacante, viu que o clube não fez essa afirmação.
"O Corinthians não cumpriu o que foi acordado. Precisa decidir se quer ou não o jogador."
Essa estratégia, na visão do estafe de Nilmar, deve dar um parecer favorável ao Lyon, que pede o retorno do atleta pelo não-pagamento de 8 milhões (cerca de R$ 22 milhões).
Se o clube comunicasse a entidade ter contrato com Nilmar, avalia Tannuri, poderia ter mais chances de vitória. Isso porque o estafe do jogador tem o atestado liberatório do atleta protocolado pelo Lyon na Federação Francesa.
A estratégia era alegar que o Corinthians contratou Nilmar diretamente de seu agente, e não da equipe francesa. Para isso, teria de dar dinheiro ao atleta, não aos franceses, que cobram 8 milhões.
"O Nilmar sente-se livre, quer receber o que o Lyon exige. Disse a eles que precisamos esperar a decisão da Fifa. O clube não pode correr o risco de pagar ao Nilmar e depois ser obrigado a dar dinheiro ao Lyon", diz Duprat. "Isso não é problema nosso", fala Tannuri. A MSI já pagou 2 milhões.
De acordo com Duprat, a negociação caminhava bem. Porém o estafe do atleta irritou-se após Leão se recusar a liberar Nilmar ontem cedo para comparecer a audiência trabalhista, marcada para as 13h.
A ida à Justiça refere-se a uma ação movida por Da Hora contra a MSI. O empresário cobra comissão por ter levado Nilmar ao Corinthians.
Leão disse liberá-lo só às 11h, após o treino. No clube, já havia a desconfiança de que, caso deixasse o hotel naquela hora, o atacante não voltaria.
"Acha que, se eu quisesse levar o jogador para a audiência, não levaria? O Leão disse não, e eu aceitei", afirmou Tannuri.
Ele alega que a MSI não tem interesse em perder a ação para o Lyon porque não quer mais o jogador no Corinthians. Diz que Kia Joorabchian, presidente da empresa, que levá-lo para o Flamengo.


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