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São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 2003

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FUTEBOL

Diretor Sebastião Lapola e coordenador Márcio Araújo deixam o clube

Para pagar dívida eleitoral, Palmeiras muda o futebol

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
FÁBIO VICTOR
DO PAINEL FC

Mustafá Contursi começa a pagar as dívidas eleitorais que o levaram a seu sexto mandato na presidência do Palmeiras. Atendendo a compromissos firmados durante a campanha para sua reeleição ao cargo, o dirigente trocará o comando do futebol no clube.
Sebastião Lapola, que ocupa o cargo de diretor de futebol desde 2001, deixará o clube. Além dele, o coordenador de futebol, Márcio Araújo, também está de saída.
O jornalista Oswaldo Paschoal, que dirigiu o Figueirense (SC) e é amigo de Mário Quaranta Filho, influente conselheiro palmeirense, será um dos homens que comandarão o departamento.
Além de Paschoal, o clube nomeará um diretor mais ligado aos conselheiros, que será indicado pelo grupo do vice-presidente palmeirense Luiz Carlos Pagnotta, um dos maiores aliados de Contursi no Parque Antarctica.
O novo dirigente terá mais poderes do que Paschoal nas decisões sobre o futebol palmeirense.
A saída de Sebastião Lapola, que ainda não foi oficializada, colocará um ponto final em uma relação entre ele e Contursi que havia meses estava desgastada.
Lapola, que está em férias, não suportava mais as cobranças de Contursi. Por várias vezes, desabafou a amigos que não poderia solucionar os problemas que o próprio presidente criou, como a defasagem nas preparações física e médica do time profissional.
O dirigente chegou até a reclamar maior autonomia para trabalhar. Durante a contratação do então técnico da equipe Levir Culpi, se queixou ao presidente que, quando foi fazer propostas a candidatos ao cargo, outras pessoas do clube já o haviam feito.
Na ocasião, Lapola chegou até a entregar o seu cargo ao presidente, que não aceitou e tentou demovê-lo da decisão de sair.
A falta de sintonia entre o diretor de futebol e o presidente ficou clara quando Lapola chegou a dizer que Luiz Felipe Scolari foi procurado por dirigentes palmeirenses antes da chegada de Murtosa ao clube, em setembro de 2002.
Irritado, Contursi o proibiu oficialmente de dar entrevistas.
Amigo de Contursi, o dirigente viu a relação começar a ruir depois que ele cometeu algumas "mancadas" em relação ao planejamento da equipe.
Um exemplo ocorreu durante a pré-temporada palmeirense em Águas de Lindóia, no ano passado, quando Lapola foi responsabilizado por esquecer o volante Taddei e o zagueiro Thiago Mathias no hotel da delegação antes de uma partida amistosa.
Outro motivo para a saída de Lapola teria sido o pedido da mulher dele para deixar o Palmeiras porque sua sogra estaria doente.
Nem Lapola nem Contursi foram localizados pela reportagem para comentar o assunto.


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