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JUCA KFOURI
Um, dois, três, o Corinthians é...
Do clássico do Morumbi ao direito do torcedor, passando pela escolha da roupa e do rumo no jornalismo hoje
TABU NÃO existe em futebol.
Pelo menos no sentido de escrita, de rotina, como se usa...
rotineiramente.
Tabu é algo sagrado. Ou proibido.
Escrita, sim, existe, e é o que acontece há quatro anos entre São Paulo
e Corinthians.
E que, no caso, tem explicação óbvia: o São Paulo tem sido superior ao
adversário, como foi ontem, claramente. E é melhor porque tem bem
mais qualidade, coletiva e individualmente.
O lance do segundo gol fala por si
mesmo: Marquinhos no mano a mano com Aloísio é covardia.
O primeiro também foi exemplar.
A bola era defensável, mas o goleiro
alvinegro é o Marcelo, não o Rogério, que fez o segundo gol no pênalti
cometido por Marquinhos em Aloísio e certamente evitaria o de Lenílson, em chute cruzado, mas fraco.
E olhe que o Corinthians não fazia
feio até sofrer o primeiro gol. Só que
o São Paulo compete com muito
mais competência, eis a diferença
que desequilibra. E faz bonito.
O tabu que desafia o Parque São
Jorge é de outra ordem, da contaminação pelo dinheiro sem origem conhecida, como se tivesse praticado
um incesto e pagasse caro por isso.
Já a escrita tem três cores e três
gols, como no último de Leandro,
descontado depois por Wilson, com
garra, mas inutilmente.
Etiqueta
Então, ficamos assim: não é de
bom tom ir de smoking a um jogo
de futebol. Nem de terno e gravata
a um baile de Carnaval.
Pega mal ir de macacão e agasalho esportivo a um enterro e pega
pior ainda freqüentar uma igreja de
camisa estampada. Que é permitida em bailes de Carnaval, assim como à beira da praia.
E smokings em bailes de formatura. E ternos até em jogos de futebol, assim como macacões e agasalhos esportivos.
É tudo uma questão pura e simples de adequação.
E, principalmente, de discrição.
E ser discreto é sempre elegante.
Ética
Já o cinismo parece não conhecer limites nestes tempos em que
até ex-miss Brasil faz trabalho de
conclusão de curso, em escola de
jornalismo, para defender a indefensável idéia de que jornalista pode ser garoto-propaganda.
E passa de ano!
Cidadania
Quatro torcedores do eixo Rio-São Paulo já ganharam quatro
ações contra a CBF por terem se
sentido fraudados pela anulação de
jogos do Brasileiro de 2005.
Ganharam na Justiça causas que
foram avaliadas de R$ 2.000 a R$
12 mil. Coisa de R$ 20 mil, as quatro somadas.
Os juízes não têm titubeado sobre de quem é a responsabilidade
pela organização do campeonato e
têm se valido ou do Estatuto do
Torcedor ou do Código de Proteção
ao Consumidor.
A CBF até poderia argumentar
que também foi vítima e que não há
como prevenir que um árbitro cometa deslizes éticos.
Poderia, em tese, mas não no caso de Edílson Pereira de Carvalho.
Porque ele já havia sido flagrado ao
falsificar seu diploma de segundo
grau para apitar em São Paulo.
Nem por isso foi eliminado do
quadro de árbitros da CBF. Pior:
ainda foi indicado pela entidade
para o quadro da Fifa. Que, como se
sabe, tem na vice-presidência da
Comissão de Arbitragem o presidente da CBF.
É imperdoável.
Quem tiver como provar que gastou dinheiro em quaisquer dos 11
jogos anulados pode ainda acionar
a CBF -ou nos tribunais de pequenas causas, que prescindem de advogados, ou por meio de um.
blogdojuca@uol.com.br
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