São Paulo, quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

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Com Dunga, Brasil se impõe contra rivais premiados

Triunfo sobre a Itália reforça o desempenho do treinador diante das equipes mais tradicionais do futebol mundial

Para técnico, que credita oscilação nas eliminatórias às viagens e a problemas de logística, seleção brasileira cresce nas adversidades

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Para a seleção de Dunga, a tradição do adversário não importa -seu time é até mais sólido contra rivais de peso.
Ao vencer a Itália por 2 a 0 anteontem, em Londres, o treinador viu seus números contra campeões mundiais ficarem ainda mais reluzentes.
Desde que assumiu, em agosto de 2006, Dunga comandou o Brasil em sete partidas contra seleções que já ganharam pelo menos uma Copa do Mundo.
Nesses duelos, o time nacional ficou invicto, com quatro vitórias e três empates, o que significa um aproveitamento de 71%. Nos demais jogos contra as seleções nacionais, o aproveitamento é idêntico.
Bem diferente do que acontecia com o antecessor do treinador gaúcho na seleção. Com Carlos Alberto Parreira, o Brasil teve 45% de eficácia contra campeões mundiais. Diante de outras seleções, o time registrou uma performance de 72%.
O que melhor funciona quando a seleção desafia um time campeão mundial é a defesa. Foram apenas quatro gols sofridos com Dunga, média, de 0,57 por partida disputada. Diante de outras seleções, esse número cresce para 0,70.
Em três partidas contra a seleção argentina principal, o Brasil não foi vazado, assim como aconteceu diante da Itália. Perante a Inglaterra, o time levou somente um gol.
Os números do Datafolha do jogo contra a Itália ajudam a mostrar a força defensiva do Brasil diante de rivais de peso.
Foram 133 desarmes. Na partida, o time também teve um toque de bola melhor -foram 468 trocas de passe, quase 20% a mais do que a média da equipe sob seu atual comando técnico.
Dunga diz ter a explicação pela boa atuação do Brasil contra adversários tradicionais e dificuldade em outras situações, especialmente nas eliminatórias sul-americanas.
"Desde que eu me conheço por gente é assim. O Brasil sofre para conseguir a classificação para a Copa do Mundo. E a gente só é campeão mundial quando sofre para ganhar a vaga, na última rodada", disse o treinador, que deu os motivos para seu time não repetir, em gramados sul-americanos, a performance de amistosos como o realizado contra a Itália.
"A gente sofre com as viagens. A estrutura é ruim, os jogadores não dormem bem. Na Venezuela, quatro deles passaram mal por causa da alimentação", afirmou o treinador.
O próximo compromisso brasileiro terá todos os ingredientes que fazem Dunga reclamar. No dia 29 de março, o Brasil pega o Equador, nos 2.800 m de Quito. A viagem para lá é uma das mais complicadas em termos de logística, já que geralmente o Brasil treina em Guayaquil, no nível do mar, e só vai para a Quito horas antes de o confronto começar.


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