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Com Dunga, Brasil se impõe contra rivais premiados
Triunfo sobre a Itália reforça o desempenho do treinador
diante das equipes mais tradicionais do futebol mundial
Para técnico, que credita oscilação nas eliminatórias às viagens e a problemas de logística, seleção brasileira cresce nas adversidades
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
Para a seleção de Dunga, a
tradição do adversário não importa -seu time é até mais sólido contra rivais de peso.
Ao vencer a Itália por 2 a 0
anteontem, em Londres, o treinador viu seus números contra
campeões mundiais ficarem
ainda mais reluzentes.
Desde que assumiu, em agosto de 2006, Dunga comandou o
Brasil em sete partidas contra
seleções que já ganharam pelo
menos uma Copa do Mundo.
Nesses duelos, o time nacional ficou invicto, com quatro vitórias e três empates, o que significa um aproveitamento de
71%. Nos demais jogos contra
as seleções nacionais, o aproveitamento é idêntico.
Bem diferente do que acontecia com o antecessor do treinador gaúcho na seleção. Com
Carlos Alberto Parreira, o Brasil teve 45% de eficácia contra
campeões mundiais. Diante de
outras seleções, o time registrou uma performance de 72%.
O que melhor funciona quando a seleção desafia um time
campeão mundial é a defesa.
Foram apenas quatro gols sofridos com Dunga, média, de
0,57 por partida disputada.
Diante de outras seleções, esse
número cresce para 0,70.
Em três partidas contra a seleção argentina principal, o
Brasil não foi vazado, assim como aconteceu diante da Itália.
Perante a Inglaterra, o time levou somente um gol.
Os números do Datafolha do
jogo contra a Itália ajudam a
mostrar a força defensiva do
Brasil diante de rivais de peso.
Foram 133 desarmes. Na partida, o time também teve um
toque de bola melhor -foram
468 trocas de passe, quase 20%
a mais do que a média da equipe
sob seu atual comando técnico.
Dunga diz ter a explicação
pela boa atuação do Brasil contra adversários tradicionais e
dificuldade em outras situações, especialmente nas eliminatórias sul-americanas.
"Desde que eu me conheço
por gente é assim. O Brasil sofre para conseguir a classificação para a Copa do Mundo. E a
gente só é campeão mundial
quando sofre para ganhar a vaga, na última rodada", disse o
treinador, que deu os motivos
para seu time não repetir, em
gramados sul-americanos, a
performance de amistosos como o realizado contra a Itália.
"A gente sofre com as viagens. A estrutura é ruim, os jogadores não dormem bem. Na
Venezuela, quatro deles passaram mal por causa da alimentação", afirmou o treinador.
O próximo compromisso
brasileiro terá todos os ingredientes que fazem Dunga reclamar. No dia 29 de março, o Brasil pega o Equador, nos 2.800 m
de Quito. A viagem para lá é
uma das mais complicadas em
termos de logística, já que geralmente o Brasil treina em
Guayaquil, no nível do mar, e só
vai para a Quito horas antes de
o confronto começar.
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