São Paulo, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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Corinthians reformula promessa

Antes segura de zerar dívida de R$ 100 milhões, cúpula fala em fechar gestão, em 2012, com 50% pago

Clube deseja aproveitar o ano de seu centenário para capitalizar e ainda conseguir amortizar R$ 50 milhões do débito até o fim de 2011

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao assumir um então caótico Corinthians, em outubro de 2007, Andres Sanchez tinha uma meta tão ambiciosa quanto populista: zerar em até cinco anos os mais de R$ 100 milhões em dívidas que o clube acumulava. Pouco mais de dois anos depois da primeira posse, a administração do Parque São Jorge já não vislumbra um futuro financeiro tão perfeito.
Com dois anos de mandato a cumprir (2010 e 2011), a atual diretoria do Corinthians já revisa para baixo a expectativa de diminuição da dívida do clube.
A promessa agora é que Andres entregará o Corinthians ao próximo presidente, no início de 2012, com uma dívida 50% menor do que a de hoje -continua na faixa dos R$ 100 milhões, conforme balanço de 2009, recém-fechado, mas ainda não publicado pelo clube.
O plano da diretoria corintiana é quitar todos os débitos que não entram nas negociações que envolvem a loteria Timemania ou outras formas de acordo de parcelamento de dívidas trabalhistas ou fiscais.
Pelos cálculos da cúpula do clube, é necessário que se pague R$ 25 milhões em 2010 e R$ 25 milhões em 2011 para que isso seja feito sem que o futebol seja afetado, ou seja, sem que haja uma diminuição de investimentos em contratações do time profissional.
Se levados em conta os três anos da gestão de Andres Sanchez, a missão não é simples.
Até agora, a maior façanha financeira da administração de Andres foi evitar um crescimento da já alarmante dívida.
Em 2007, a dívida fechou o ano na casa dos R$ 101 milhões.
Em 2008, primeiro ano cheio da administração de Andres e com o time na Série B, o clube conseguiu um superavit de pouco mais de R$ 10 milhões. Mesmo assim, seu endividamento ficou em R$ 97 milhões.
No ano passado, a despeito de toda a febre da Ronaldomania e dos títulos do Paulista e da Copa do Brasil, o Corinthians voltou a ter deficit (cerca de R$ 8 milhões). E a dívida voltou à casa dos R$ 100 milhões.
Para conseguir desta vez cumprir a nova promessa, a diretoria conta com os lucros que espera ter durante a atual temporada, graças ao interesse pelo centenário e aos investimentos no elenco, que podem fazer o time conquistar títulos e premiações importantes -principalmente na Libertadores.
A estimativa é a de que, graças ao maior contrato de patrocínio e às arrecadações com bilheteria e vendas de produtos licenciados, o Corinthians não precisará vender jogadores para equilibrar as contas. O plano é que o dinheiro de uma eventual transferência seja destinado para a amortização da dívida em vez de ser usado para, por exemplo, pagar salários.


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