Jorge Araújo/Folha Imagem

O treinador Mario Zagallo chega ao hotel Biltmore, onde está a seleção, após a eliminação da Copa Ouro

ARNALDO RIBEIRO
enviado especial a Los Angeles

Dois empates (Jamaica e Guatemala), uma vitória (El Salvador) e uma derrota (1 a 0 para os EUA), que causou a eliminação do time na disputa pelo título da Copa Ouro. A pífia campanha da seleção brasileira no torneio não foi suficiente sequer para deixar o técnico Mario Jorge Lobo Zagallo insatisfeito.
Para o treinador, a única falha geral do time foi ter finalizado mal durante toda a competição.
""Contra os EUA, por exemplo, perdemos seis ou sete oportunidades. Só o Romário perdeu cinco. Foi o nosso problema também nos outros jogos", disse.
""Eu só sairia preocupado daqui se a equipe não tivesse criado chances. Mas criou, mesmo contra times que jogaram completamente fechados. Saio satisfeito com o que vi", acrescentou o treinador da seleção brasileira.
Segundo Zagallo, a Copa Ouro ""está sendo de grande valia para a comissão técnica tirar conclusões individuais e coletivas".
O treinador pretendia utilizar a competição para definir as últimas vagas no grupo que vai à Copa do Mundo. Entre os 20 convocados para a Copa de Ouro, porém, poucos conseguiram satisfazer a comissão técnica da seleção (leia texto abaixo).
A CBF(Confederação Brasileira de Futebol), que optou por não chamar os principais jogadores que atuam no exterior, avalia o torneio como última etapa de preparação para o Mundial da França.
""No ano passado, enfrentamos as principais seleções européias, sul-americanas, africanas e asiáticas. Só faltavam os times da Concacaf", disse o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Mas, por trás da participação do Brasil, também estavam os compromissos comerciais e políticos da entidade, que comanda o futebol nacional.
Lição
Para os jogadores, os resultados decepcionantes preocupam.
O atacante Romário chamou para si a responsabilidade pela derrota (leia abaixo).
""A nossa derrota serve de alerta e análise. Temos que nos preparar muito mais para a Copa", disse o goleiro Taffarel, um dos mais experientes da equipe.
O goleiro, que completou 101 jogos pela seleção contra os EUA, segundo levantamento da CBF, disse que o time ""fez o possível".
""Diante das circunstâncias, a eliminação não foi nenhum absurdo", afirmou.
O atacante Élber viu um Brasil cansado diante dos norte-americanos. ""Tivemos pouco tempo de intervalo entre as partidas e, consequentemente, poucos treinos. O time aguentou até a hora que deu", concluiu.
Consolação
Como na Olimpíada de Atlanta, também nos EUA, o Brasil se prepara agora para a disputa do terceiro lugar, inicialmente marcada para domingo.
O adversário será o perdedor do confronto entre Jamaica e México, que se enfrentam na madrugada de quinta para sexta-feira.
Além de problemas médicos -Denílson, Mauro Silva e Gonçalves estão machucados-, Zagallo entende que o time terá que superar o aspecto psicológico.
""Os jogadores não estão acostumados a essa situação. Estão de cabeça baixa. Mas temos a responsabilidade de sair com uma vitória", afirmou.
O supervisor Américo Faria descartou qualquer possibilidade de dispensar algum jogador antes da última partida da competição.



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