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EUA, com goleiro míope, festejam feito inédito
do enviado a Los Angeles
Foi a primeira vitória norte-americana sobre o Brasil em todos
os tempos. Até então, as duas seleções haviam se enfrentado oito vezes: oito vitórias do Brasil.
A única vez que a seleção brasileira havia levado gols do adversário foi em 1930, no primeiro confronto entre os times (4 a 3 para o
Brasil). Por tudo isso, a vitória na
Copa Ouro foi comemorada como
se fosse um título mundial.
""Essa vitória sobre o Brasil, as
vitórias sobre a Argentina (3 a 0)
na Copa América de 95 e sobre a
Colômbia (2 a 1) no Mundial de 94
são os maiores feitos da história
do futebol norte-americano e os
momentos mais felizes da minha
vida", disse o técnico dos EUA,
Steve Sampson.
""Estou orgulhoso dos meus jogadores. O mérito é todo deles",
acrescentou. Segundo Sampson,
""o dia especial será desfrutado por
apenas 24 horas".
""Meus jogadores querem mais.
Querem o título do torneio no domingo e uma boa participação na
Copa do Mundo. Para isso, precisamos manter a confiança", disse.
O treinador norte-americano
disse que o Brasil teve mais posse
de bola, mais chances de gol, mas
os EUA mereceram o resultado.
""Mostramos que é possível ganhar assim. Mas mais importante
que o resultado é a maneira como
jogamos, sem medo."
Goleiro míope
Os heróis da vitória foram o atacante Preki, iugoslavo naturalizado que já havia feito o gol da classificação contra a Costa Rica, e,
principalmente, o goleiro Kasey
Keller, que joga no Leicester, da
Inglaterra.
""Keller foi demais. Será que ele
precisa mesmo de óculos?", brincou Sampson. Com uma pequena
miopia, o goleiro, fora de campo,
usa óculos.
""Eu estava na minha noite, e o
Romário não estava na dele", disse Keller, com simplicidade.
A alegria do goleiro só não foi
completa porque ele perdeu a votação de melhor jogador do ano
ontem, feita por 190 jornalistas,
para o zagueiro Eddie Pope.
Keller rebateu a argumentação
de que o Brasil perdeu porque estava desfalcado. ""Os EUA também
jogaram com baixas, afinal, Claudio Reyna não estava em campo",
afirmou o goleiro.
O meia Claudio Reyna, 24, joga
no Wolffburg, da Alemanha, e não
jogou na Copa Ouro porque estava contundido. Mas Reyna deve
disputar a final da competição, no
domingo, às 23h (em Brasília).
Reyna é o símbolo da renovação
promovida pelo técnico Sampson,
que colocou jogadores que disputaram a Copa de 1994, como o zagueiro Balboa, meia Tab Ramos e
volante Dooley, na reserva e deu
lugar a jogadores menos experientes entre os titulares.
Nessa lógica, o autor do gol de
ontem, Preki, de 34 anos, é considerado apenas um ""talismã" e, segundo o técnico dos EUA, ainda
não tem lugar garantido na Copa
da França.
Preki joga no Kansas City Wizards pela MSL (Major Soccer League), a liga dos EUA.
(AR)
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