|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ansioso,
Schumacher
reencontra
seu habitat
"Não vejo a hora de sentar no carro", diz
piloto, na volta ao paddock, no Bahrein
Aos 41 anos e 3 temporadas
após deixar a F-1, alemão
retorna à categoria pela
Mercedes e ressalta o atual
equilíbrio entre equipes
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SAKHIR
A um desavisado, a camiseta
lembrava: "fastest" (o mais rápido). Tênis branco, calça
jeans, cinto com fivela grande e
o indefectível boné, Michael
Schumacher caminhava tranquilamente pelo paddock barenita mascando seu chiclete.
O bom humor e o sorriso no
rosto não deixavam dúvida. O
maior campeão da história da
F-1 está de volta a seu habitat.
Três anos após deixar a categoria, encontra cenário muito
distinto. Novas equipes, novas
regras, nova geração de rivais.
Mas o heptacampeão se mostra
tranquilo com o fato de hoje,
com os treinos do GP do Bahrein, prova que abre o Mundial,
começar a encarar o maior desafio da brilhante carreira.
Aos 41 anos, numa equipe de
ponta, quer provar, também a
si mesmo, que ainda é capaz de
destruir recordes, como se
acostumou a fazer nas 16 temporadas em que esteve na F-1.
"Não acho que este vá ser, necessariamente, o ano mais difícil que já tive", afirmou o alemão em seu primeiro evento
oficial no Bahrein, uma entrevista em uma concessionária
Mercedes na qual chegou com
quase uma hora de atraso.
"Agora o cenário está diferente, há mais pilotos com
chances de lutar por vitórias,
mas, no fim, será sempre você
contra um cara", afirmou, pausadamente, tom quase professoral. "O ponto principal é ter
em mente que não vamos sair
ganhando logo de cara e que o
resultado que realmente nos
interessa é o do fim do ano."
A tranquilidade a longo prazo
vira ansiedade quando o assunto é a curto prazo. "Sinto como
se fosse um menino de 12
anos", falou, antes de dizer que
a diferença para sua outra estreia é que, em 1991, via os adversários, como Ayrton Senna e
Alain Prost, como inatingíveis.
"Não imaginava poder lutar
com eles e minha expectativa
nunca foi a de conquistar tudo
o que conquistei. Mas, com o
tempo, percebi que eles eram
só seres humanos com talentos
excepcionais e hoje sei que ninguém é imbatível. Portanto,
não há motivo para alguém
achar que não pode me vencer",
disse. "Não vejo a hora de sentar no carro e fazer o que sei."
O desejo de voltar a competir
é tanto que foi motivo de piada
de Felipe Massa na entrevista
dada ao lado do alemão e dos
campeões Fernando Alonso,
Jenson Button e Lewis Hamilton. "Olha só como ele está ansioso. Veio até de macacão dar
entrevista", brincou o ex-companheiro de Schumacher na
Ferrari em 2006, que, como os
outros, usava camiseta.
Mesmo ainda sendo uma incógnita, a volta do alemão virou
tema obrigatório na F-1. De
Alonso ao estreante Karun
Chandhok, último piloto confirmado no grid de 2010, todos
têm um pitaco a dar sobre o reinício de Schumacher.
A imprensa alemã, sempre
numerosa, ganhou mais representantes para seguir o piloto
da Mercedes. O que ele come,
com quem fala, o que veste. Tudo é assunto em seu país.
No paddock, é uma espécie
de popstar. Onde quer que vá,
há sempre um batalhão atrás.
"Sim, senti muita falta disso",
respondeu, irônico, ao ser
questionado sobre o tratamento de celebridade e as perguntas sobre a vida fora das pistas.
"Quer saber de verdade do que
senti falta nesses anos? De ver
as luzes se apagarem no grid."
NA TV - Treino livre do GP do Bahrein
Sportv, ao vivo, às 8h
Texto Anterior: Ação: Renovação Próximo Texto: Barrichello leva bronca no 1º dia na Williams Índice
|