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CARLOS SARLI
Ressacão em recessão
O surfe de ondas gigantes cresceu no mundo todo, mas, neste ano, viu rarear o objeto do desejo dos big riders
SURFAR A MAIOR onda do ano
não é tarefa fácil, não só pela
coragem e preparo físico e psicológico exigidos para tal proeza
mas também por estar no lugar e hora certos para pôr a habilidade à prova. A busca, que antes se concentrava numa ilha havaiana e pelo período de três meses, vem se ampliando.
México, Califórnia, a ilha vizinha e
Europa entraram no roteiro. Depois, o inverno no hemisfério Sul integrou o calendário, com Peru, Chile, África do Sul, e os radares em busca de grandes ondas hoje cobrem todo o globo e levam os big riders a dar
trabalho a agentes de viagens.
Para os big riders, a procura virou
espera em 2007. Dias antes da maior
premiação de ondas gigantes, o Billabong XXL, foram anunciados
mais dois cancelamentos de campeonatos de tow-in. O Maverick's
Surf Contest -que tem janela de 1º
de janeiro a 31 de março- está encerrado por falta de ondas, assim como a primeira etapa do circuito
mundial da APT (Associação Profissional de Towsurfers), em Maui. Em
28 de fevereiro, também foi abortado o Eddie Aikau (torneio de ondas
gigantes na remada em memória ao
histórico surfista havaiano).
O ano começa com recessão no
mar, mas a premiação para quem
marcou presença nas maiores ondas
nos últimos 12 meses segue viva.
Amanhã, o Billabong XXL consagrará mais nomes, neste ano com mudanças no critério. O título de "Onda
do Ano" (melhor desempenho, do
drop à finalização) deve ser a estrela
da noite. A honraria para a "Maior
Onda" não é mais protagonista.
Quem fizer a melhor linha numa
onda gigante recebe US$ 50 mil. O
dono da "Maior Onda" leva US$ 15
mil, mesmo valor pago ao vencedor
da "Maior Onda Remada". São números mais modestos do que os US$
1.000 oferecidos anteriormente para cada pé da maior onda surfada,
que já bateu na casa dos US$ 68 mil.
Mesmo com valores menores, o
novo foco deve tornar o tow-in ainda mais exigente para os atletas. A
categoria evoluiu em equipamentos
e traz cada vez mais competidores, o
que muda o nível de desafio. Danilo
Couto é nosso indicado para o XXL
neste ano. O baiano, que já esteve na
disputa em 2004 e 2006, está na categoria de "Melhor Performance
Geral": US$ 5.000 ao vencedor.
No feminino, Maya Gabeira, 19, e a
brasileira radicada no Havaí Andréa
Möller concorrem ao prêmio de melhor performance geral, que tem
ainda a californiana Jamilah Star.
Maya, carioca do Arpoador, tem se
dedicado ao big surfe e mostrou atitude ao dropar Todos los Santos e
Mavericks, além de Waimea.
Quem está bem na fita para os prêmios principais são os sul-africanos.
Andrew Marr, que dropou uma
morra em Dungeons e provavelmente irá faturar a "Onda do Ano", e
Greg Long, também em Dungeons,
deve obter a graça de "Maior Onda".
Manoa Drollet (Taiti), tem grandes
chances no "Melhor Tubo", e Ben
Andrews, na "Maior Onda Remada".
QUEM VAI TOCAR O SINO?
O Rip Curl Pro Bells, 2ª etapa do
Mundial, deve voltar a funcionar
hoje. O período de espera acaba
amanhã, e os principais favoritos
estão nas oitavas-de-final, entre
eles o brasileiro Leo Neves.
SUPERSURF LUBRIFICADO
Começou na praia da Ferrugem
(SC) a 21ª edição do Circuito Brasileiro. Altas ondas receberam 60 homens e 22 mulheres, números que
serão reduzidos em 2008, acirrando a disputa neste ano. As próximas
etapas serão no RJ e SP, distribuindo R$ 750 mil e dois VW zero km.
BONS VENTOS OS LEVEM
No dia 17, começa o Mundial de
kitesurfe da PKRA na Venezuela. A
seleção brasileira está confirmada
com a atual campeã, Bruna Kajiya,
mais Carol Freitas, Guilly Brandão,
Pedro Bueno e Kleber Pinho.
sarli@trip.com.br
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