São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CARLOS SARLI

Ressacão em recessão

O surfe de ondas gigantes cresceu no mundo todo, mas, neste ano, viu rarear o objeto do desejo dos big riders

SURFAR A MAIOR onda do ano não é tarefa fácil, não só pela coragem e preparo físico e psicológico exigidos para tal proeza mas também por estar no lugar e hora certos para pôr a habilidade à prova. A busca, que antes se concentrava numa ilha havaiana e pelo período de três meses, vem se ampliando.
México, Califórnia, a ilha vizinha e Europa entraram no roteiro. Depois, o inverno no hemisfério Sul integrou o calendário, com Peru, Chile, África do Sul, e os radares em busca de grandes ondas hoje cobrem todo o globo e levam os big riders a dar trabalho a agentes de viagens. Para os big riders, a procura virou espera em 2007. Dias antes da maior premiação de ondas gigantes, o Billabong XXL, foram anunciados mais dois cancelamentos de campeonatos de tow-in. O Maverick's Surf Contest -que tem janela de 1º de janeiro a 31 de março- está encerrado por falta de ondas, assim como a primeira etapa do circuito mundial da APT (Associação Profissional de Towsurfers), em Maui. Em 28 de fevereiro, também foi abortado o Eddie Aikau (torneio de ondas gigantes na remada em memória ao histórico surfista havaiano).
O ano começa com recessão no mar, mas a premiação para quem marcou presença nas maiores ondas nos últimos 12 meses segue viva. Amanhã, o Billabong XXL consagrará mais nomes, neste ano com mudanças no critério. O título de "Onda do Ano" (melhor desempenho, do drop à finalização) deve ser a estrela da noite. A honraria para a "Maior Onda" não é mais protagonista.
Quem fizer a melhor linha numa onda gigante recebe US$ 50 mil. O dono da "Maior Onda" leva US$ 15 mil, mesmo valor pago ao vencedor da "Maior Onda Remada". São números mais modestos do que os US$ 1.000 oferecidos anteriormente para cada pé da maior onda surfada, que já bateu na casa dos US$ 68 mil. Mesmo com valores menores, o novo foco deve tornar o tow-in ainda mais exigente para os atletas. A categoria evoluiu em equipamentos e traz cada vez mais competidores, o que muda o nível de desafio. Danilo Couto é nosso indicado para o XXL neste ano. O baiano, que já esteve na disputa em 2004 e 2006, está na categoria de "Melhor Performance Geral": US$ 5.000 ao vencedor.
No feminino, Maya Gabeira, 19, e a brasileira radicada no Havaí Andréa Möller concorrem ao prêmio de melhor performance geral, que tem ainda a californiana Jamilah Star. Maya, carioca do Arpoador, tem se dedicado ao big surfe e mostrou atitude ao dropar Todos los Santos e Mavericks, além de Waimea. Quem está bem na fita para os prêmios principais são os sul-africanos. Andrew Marr, que dropou uma morra em Dungeons e provavelmente irá faturar a "Onda do Ano", e Greg Long, também em Dungeons, deve obter a graça de "Maior Onda". Manoa Drollet (Taiti), tem grandes chances no "Melhor Tubo", e Ben Andrews, na "Maior Onda Remada".

QUEM VAI TOCAR O SINO?
O Rip Curl Pro Bells, 2ª etapa do Mundial, deve voltar a funcionar hoje. O período de espera acaba amanhã, e os principais favoritos estão nas oitavas-de-final, entre eles o brasileiro Leo Neves.

SUPERSURF LUBRIFICADO
Começou na praia da Ferrugem (SC) a 21ª edição do Circuito Brasileiro. Altas ondas receberam 60 homens e 22 mulheres, números que serão reduzidos em 2008, acirrando a disputa neste ano. As próximas etapas serão no RJ e SP, distribuindo R$ 750 mil e dois VW zero km.

BONS VENTOS OS LEVEM
No dia 17, começa o Mundial de kitesurfe da PKRA na Venezuela. A seleção brasileira está confirmada com a atual campeã, Bruna Kajiya, mais Carol Freitas, Guilly Brandão, Pedro Bueno e Kleber Pinho.

sarli@trip.com.br


Texto Anterior: Volta?: Pessoa admite atuar no Pan-americano
Próximo Texto: Colômbia desiste, e só Brasil quer Copa-2014
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.