BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES

Mal recebeu alta da clínica em que esteve internado por 13 dias em razão de uma hepatite tóxica causada pelo consumo de bebidas alcoólicas, Diego Armando Maradona, 46, mesmo sem estar totalmente recuperado, anunciou ontem que irá ao clássico do futebol argentino do próximo domingo, entre Boca Juniors e River Plate, no estádio La Bombonera.
"Vou com soro, com meu médico, com uma ambulância, seja como for. Até que eu tenha uma última gota de sangue, vou incentivar os rapazes", afirmou ontem Maradona, torcedor fanático do Boca, em entrevista à rede de televisão TyC Sports.
O ídolo argentino recebeu alta na madrugada de anteontem e deixou a clínica Güemes, onde foi internado no dia 28 contra sua vontade. Ontem, reclamou por ter de pagar a conta de US$ 16 mil pela internação, apesar de reconhecer que o período serviu para "tomar consciência" de seus problemas.
Ele também prometeu seguir "ao pé da letra" as recomendações médicas. "Se não faço isso, o único prejudicado serei eu", afirmou.
"Esta não é uma alta definitiva", explicou o médico Alfredo Cahe, que há anos acompanha o ex-atleta. Segundo ele, Maradona terá de realizar acompanhamento psicológico e seguir dieta rigorosa. Há planos de continuar o tratamento na Suíça.
Apesar disso, Cahe disse considerar surpreendente a rapidez com que o ex-craque se recupera. "Diego é ajudado pela mão de Deus."
Capitão da seleção argentina campeã da Copa de 1986, Maradona, segundo os médicos responsáveis por seu tratamento, substituiu a dependência da cocaína pelo consumo excessivo de álcool.
Ontem, sem explicar o motivo, o ídolo disse no final da entrevista à TyC que Cahe não era mais o seu médico desde que deixou a clínica.


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