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FUTEBOL
Ministério Público pede indenização por manipulação de jogos em 2005; CBF, federação paulista e árbitros são réus
Ação cobra R$ 34 mi por fraude de juízes
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Por conta da manipulação de
resultados de futebol em 2005,
descoberta pela polícia, a Promotoria do Consumidor de São Paulo pediu pagamento de R$ 34 milhões como indenização. Esse valor é cobrado da Confederação
Brasileira de Futebol, da Federação Paulista de Futebol, do ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho
e de mais dois envolvidos no caso.
A ação do Ministério Público foi
originada na investigação criminal em torno da manipulação de
resultados. Quando iniciou a apuração do caso, promotores criminais entregaram o caso à Promotoria de Cidadania para verificar
se houve danos ao consumidor.
Agora, os promotores do consumidor oferecem ação em nome
dos torcedores "iludidos e prejudicados" pelas fraudes no Brasileiro e no Paulista de 2005. Além
de Edilson e das entidades esportivas, são alvos o empresário Nagib Fayad, acusado de liderar o esquema de fraudes, e o ex-juiz Paulo José Danelon, que também
confessou manipular jogos.
Eles são réus em processo criminal iniciado pelo Ministério Público, cuja denúncia já foi aceita
pela Justiça há duas semanas.
A CBF e a FPF, que não haviam
sido citadas no processo criminal,
são apontadas como responsáveis
"quer porque tenham escolhido
mal os árbitros e assistentes, ou
quer porque não tenham vigiado
ou acompanhado a ação deles de
forma suficiente a inibir as práticas nocivas".
"O fato de elas não estarem incluídas no processo criminal não
quer dizer que não tenham responsabilidade cível", afirmou o
promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, responsável pelo
processo criminal.
Marco Polo Del Nero, presidente da FPF, diz que "entrar com a
ação é um direito da promotoria".
"A federação vai se defender. É
um processo democrático", afirma. Procurada pela Folha, a CBF
não quis se pronunciar.
O total cobrado representa um
terço das receitas da confederação
em um ano, que chegam a R$ 100
milhões. Já a FPF tem como maior
renda cerca de R$ 30 milhões do
contrato de TV do Paulista. Os
outros réus não têm tanto dinheiro. A ação propõe a "condenação
genérica dos réus ", ou seja, o Ministério Público decide de quem
vai cobrar a indenização.
Se os réus forem considerados
culpados, o dinheiro será depositado em um fundo de defesa de
interesses coletivos ligado à promotoria, que financia projetos em
favor da sociedade, como campanha de educação no trânsito.
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