São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 2006

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FUTEBOL

Ministério Público pede indenização por manipulação de jogos em 2005; CBF, federação paulista e árbitros são réus

Ação cobra R$ 34 mi por fraude de juízes

DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por conta da manipulação de resultados de futebol em 2005, descoberta pela polícia, a Promotoria do Consumidor de São Paulo pediu pagamento de R$ 34 milhões como indenização. Esse valor é cobrado da Confederação Brasileira de Futebol, da Federação Paulista de Futebol, do ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho e de mais dois envolvidos no caso.
A ação do Ministério Público foi originada na investigação criminal em torno da manipulação de resultados. Quando iniciou a apuração do caso, promotores criminais entregaram o caso à Promotoria de Cidadania para verificar se houve danos ao consumidor.
Agora, os promotores do consumidor oferecem ação em nome dos torcedores "iludidos e prejudicados" pelas fraudes no Brasileiro e no Paulista de 2005. Além de Edilson e das entidades esportivas, são alvos o empresário Nagib Fayad, acusado de liderar o esquema de fraudes, e o ex-juiz Paulo José Danelon, que também confessou manipular jogos.
Eles são réus em processo criminal iniciado pelo Ministério Público, cuja denúncia já foi aceita pela Justiça há duas semanas.
A CBF e a FPF, que não haviam sido citadas no processo criminal, são apontadas como responsáveis "quer porque tenham escolhido mal os árbitros e assistentes, ou quer porque não tenham vigiado ou acompanhado a ação deles de forma suficiente a inibir as práticas nocivas".
"O fato de elas não estarem incluídas no processo criminal não quer dizer que não tenham responsabilidade cível", afirmou o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, responsável pelo processo criminal.
Marco Polo Del Nero, presidente da FPF, diz que "entrar com a ação é um direito da promotoria". "A federação vai se defender. É um processo democrático", afirma. Procurada pela Folha, a CBF não quis se pronunciar.
O total cobrado representa um terço das receitas da confederação em um ano, que chegam a R$ 100 milhões. Já a FPF tem como maior renda cerca de R$ 30 milhões do contrato de TV do Paulista. Os outros réus não têm tanto dinheiro. A ação propõe a "condenação genérica dos réus ", ou seja, o Ministério Público decide de quem vai cobrar a indenização.
Se os réus forem considerados culpados, o dinheiro será depositado em um fundo de defesa de interesses coletivos ligado à promotoria, que financia projetos em favor da sociedade, como campanha de educação no trânsito.


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