São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2011 |
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Inglaterra pede que Fifa mude 2018/2022 Acusada de corrupção, entidade exige provas de britânicos DE SÃO PAULO Cartolas pedem dinheiro ou títulos por votos, países-candidatos oferecem ajuda a projetos de eleitores, interesses políticos, espionagem. São esses os elementos presentes nas escolhas das sedes das Copas de 2018 e 2022, segundo os políticos e a imprensa ingleses. Seu país foi derrotado no pleito -Rússia e Qatar venceram. Os indícios de corrupção no processo levaram o governo britânico a pedir mudanças na Fifa e a cogitar desligamento da entidade. São oito membros atuais ou antigos do Comitê-Executivo da Fifa envolvidos nas denúncias. Sob pressão, o presidente da entidade, Joseph Blatter, exige provas. "Há um desejo de tentar trabalhar para mudar a Fifa. Se a Fifa se demonstrar incapaz, eu me atreveria a dizer que todas as opções são possíveis", afirmou o ministro do Esporte da Inglaterra, Hugh Robertson, à BBC. Ele sugere à entidade repetir a revolução no COI (Comitê Olímpico Internacional), iniciada na década de 90. Houve mudanças de regras e expulsão de membros após escândalo de venda de votos na escolha de Salt Lake City para a Olimpíada de Inverno. Na ocasião, o governo dos EUA interveio por meio de comitê no Congresso. Foi no parlamento britânico que lord David Triesman, ex-presidente da federação inglesa e espécie de senador no país, acusou quatro cartolas da Fifa de pedir dinheiro ou títulos em troca de votos por 2018. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, é um dos acusados de querer trocar benefício por apoio. Ele nega. Em carta à federação inglesa, a Fifa reivindica provas. "Pedimos que mandem um relatório completo com qualquer ou toda evidência", diz o texto. Blatter quer acabar a investigação antes de 1º de junho, data em que tentará se reeleger à presidência. "Não podemos dizer que vamos tirar isso da cabeça e lidar com isso depois. Precisamos investigar imediatamente", disse à TV Al Jazira. As acusações envolvem seu concorrente Mohamad Bin Hamman, do Qatar, na eleição da Fifa. Segundo o "Sunday Times", a candidatura do país distribuiu dinheiro a cartolas africanos. Documentos da postulação árabe mostram ainda promessas de apoio financeiro a projetos de dirigentes argentinos, africanos e malaios, todos com votos. Os ingleses, diga-se, também se comprometiam a investir em países pobres. Também foi comum a espionagem entre candidaturas no hotel da Fifa em Zurique, às vésperas da eleição, afirma o "Daily Telegraph". A Inglaterra contratou empresa para vigiar rivais, e outros candidatos espionaram até com diplomatas. Cartolas negam acusações. O Qatar também. Blatter quer encerrar o caso. Mas o escândalo já se estende por sete meses. E nada mudou. Texto Anterior: Colombianos acertam parte dos salários Próximo Texto: Juca Kfouri: O perseguido Índice | Comunicar Erros |
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