Associated Press

A imagem do campeão de xadrez, Garry Kasparov, aparece na imagem do telão onde o público pode ver o desafio com o computador Deep Blue

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
de Nova York

O sucesso do segundo confronto entre o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov e o computador Deep Blue animou os engenheiros da IBM, que propuseram uma terceira série entre eles.
"Foi muito mais emocionante do que a primeira disputa", disse Jerry Brody, assessor do Deep Blue, referindo-se ao fato de Kasparov e Deep Blue já terem se enfrentado em 96, na Filadélfia (EUA), com vitória relativamente tranquila do campeão, por 4 a 2.
"As partidas foram todas bem disputadas. Para vermos quem realmente é o melhor será necessário marcar uma nova série."
A segunda série terminou ontem, com vitória do Deep Blue no último jogo.
Mesmo Feng-hsiung Hsu, que idealizara o projeto e afirmara que uma vitória de Deep Blue daria fim à disputa, voltou atrás antes do jogo de ontem. "Sinto que todos querem um novo duelo. Para a IBM, é sempre mais uma importante experiência científica."
Na eventualidade de a disputa ir ao terceiro "round", é provável que um novo computador acabe substituindo Deep Blue, já que ele foi vendido a uma empresa cujo nome não foi divulgado.
Todos os jogos foram sucesso de audiência. Os 490 lugares no auditório do prédio em Nova York em que aconteceu a disputa foram sempre preenchidos. Pela internet, mais de 22 milhões de pessoas acompanharam as partidas.
Apesar de a maioria da platéia ter sido de homens, havia um bom número de mulheres e crianças.
"Você tem de pensar bem antes de cada jogada", disse Terrance Matthews, 14, campeão de xadrez de uma escola em Connecticut, sobre um lance que Kasparov demorou mais de meia hora para jogar.
Kasparov não quis comentar a possibilidade de outro desafio.



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