São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2000


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FUTEBOL
Ao contrário do treinador são-paulino, atacante diz que gol no começo do primeiro jogo da final não foi planejado
Discurso de Culpi é contestado por França

DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico do São Paulo, Levir Culpi, e o atacante França não estão falando a mesma língua. Anteontem, após a vitória por 1 a 0 sobre o Santos, no primeiro jogo da final do Paulista, os dois usaram explicações diferentes para justificar o gol marcado pela equipe logo no primeiro minuto.
Culpi disse que o time se programou pra abrir o placar com rapidez, versão contestada por França, autor do gol.
"Nada acontece por acaso. Nós conversamos muito sobre a importância de a equipe começar o jogo bem. A maneira como o nosso time começou jogando demonstra que todos os jogadores estavam ligados", afirmou Culpi.
Ao contrário do que disse o treinador, França falou que o ""gol relâmpago" não foi obra de um planejamento feito antes da partida.
"Não dá para programar essas coisas. Tivemos uma chance e acabou acontecendo", falou o atacante são-paulino.
Culpi e França também foram contraditórios ao comentarem sobre o meia Raí.
O artilheiro disse que Raí teve uma conversa com os companheiros para motivar a equipe antes do clássico de anteontem.
"Ele falou sobre a sua experiência em decisões e nos ajudou muito", declarou o atacante.
Já o treinador disse não saber da preleção do meia. "Ele participou da nossa preleção normalmente. Se teve alguma coisa, eu não estou sabendo", disse o técnico.
Raí, que havia dito na sexta-feira que teria uma conversa com o restante do time, evitou destacar a sua atitude. "Não foi nada especial", falou o meia.
Essa não foi a primeira vez que França e Culpi adotaram discursos distintos após uma vitória.
No primeiro jogo das semifinais, contra o Corinthians, França, que deu os passes para Marcelinho marcar os dois gols da equipe, justificou o seu sucesso à sua decisão de jogar pelas laterais, contrariando uma orientação do técnico. Segundo o jogador, o treinador havia pedido que ele jogasse pelo meio do ataque.
Culpi minimizou a participação de França naquele jogo, vencido pelo São Paulo por 2 a 1, afirmando que o ritmo que a equipe imprimiu no primeiro tempo acabou facilitando a atuação de França. O atacante entrou apenas na segunda etapa.

Expulsão
A maioria dos jogadores do São Paulo evitou criticar o volante Anderson, expulso anteontem ao cometer falta em Vágner no segundo tempo, quando já havia recebido um cartão amarelo.
Se não recebesse o vermelho, ele ficaria fora da partida do próximo domingo para cumprir suspensão por dois amarelos, mas agora o Santos tentará antecipar o seu julgamento para que ele seja absolvido e possa atuar.
"Só posso dizer que ele foi inteligente", disse o goleiro Rogério, que já foi favorecido por essa estratégia durante o Paulista-2000.
Ele foi expulso contra o Santos, no Morumbi, teve o seu julgamento antecipado e acabou participando da partida seguinte contra o mesmo adversário.


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