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TÊNIS
Mesmo com as mudanças na organização do torneio, brasileiro diz que prefere descansar a jogar na grama de Londres
Wimbledon faz revolução; Guga diz não
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
O Torneio de Wimbledon quebrou sua tradição, mas Gustavo
Kuerten não voltou atrás na decisão de não participar da mais tradicional competição do tênis.
Ontem, no primeiro dia após o
tricampeonato em Roland Garros, torneio que é a sua prioridade, o brasileiro bateu o pé e disse
que prefere descansar e se preparar para o segundo semestre a jogar na grama de Londres.
As declarações de Kuerten
aconteceram no mesmo dia em
que, pressionados pela legião dos
especialistas do saibro e pelo próprio Guga, os organizadores do
torneio inglês anunciaram mudanças importantes na definição
dos cabeças-de-chave.
Em Paris, o comitê que organiza
os Grand Slams anunciou que a
partir da próxima edição de
Wimbledon, que começa dia 25,
todos os torneios da série principal do tênis mundial terão 32 pré-classificados, contra 16 de hoje.
Além disso, na mudança mais
importante, foi estabelecido que
os 32 cabeças-de-chave serão os
primeiros colocados do ranking
de entradas da ATP, como era desejo dos jogadores. O desempenho na grama, o motivo do boicote espanhol em 2000, só será levado em conta para definir a ordem
dos pré-classificados entre os 32
tenistas mais bem ranqueados.
Apesar de ter seu desejo atendido, Kuerten usou até o nome de
um de seus patrocinadores para
anunciar a desistência de Wimbledon. "Vou botar um Rider no
meu pé e descansar", afirmou.
Kuerten também disse que sua
desistência do Grand Slam inglês
não deve ser definitiva. "Isso é
mais para o momento", disse ele,
que lembra do ocorrido no ano
passado para justificar a decisão.
"Tive uma experiência ruim. Fiquei doente em Wimbledon e não
consegui jogar. Perdi uns dois
meses para me recuperar", explicou, mesmo sabendo que pode
perder a liderança do ranking de
entradas e da Corrida dos Campeões-2001 no Grand Slam inglês.
Os organizadores de Roland
Garros também anunciaram os
números finais da edição 2001.
O público total do torneio aumentou de 380.111 pessoas em
2000 para 390.172 agora.
Foram vendidos US$ 33 milhões de produtos próprios e licenciados com a marca Roland
Garros. Só a grife do torneio teve
ganhos de US$ 5,7 milhões.
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