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Senegaleses quase sucumbem em jogo épico
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SUWON
No épico jogo que o classificou
às oitavas-de-final logo na sua
primeira participação em Copas,
o Senegal jogou como candidato
ao título no primeiro tempo e como mero coadjuvante no outro.
O empate de 3 a 3 com o Uruguai, em Suwon (Coréia do Sul),
quase acaba em tragédia para os
africanos. Após abrirem três de
vantagem na primeira etapa, viram o rival reagir e perder o gol
que seria da virada e, consequentemente, da passagem à próxima
fase, já nos acréscimos do juiz.
A arbitragem do holandês Jan
Wegereef, por sinal, ajudou a piorar ainda mais o nível da performance dos juízes neste Mundial.
O Senegal abriu o placar em um
pênalti que não existiu. Após falha gritante de Montero, que recuou a bola de forma atrapalhada,
Diouf se jogou claramente por cima de Carini e cavou a falta.
Wegereef, além de não punir a
encenação com o cartão amarelo,
deu o pênalti, que foi cobrado por
Fadiga com perfeição, aos 20min.
O lance animou os africanos e
deixou o Uruguai perdido. Depois de belas trocas de passes, Pape Bouba Diop, da entrada da
área, chutou no ângulo para marcar o segundo, aos 26min. O mesmo jogador anotou o terceiro, aos
38min, em bola que tocou no travessão antes de superar a linha.
Agora, Papa Bouba Diop se isolou como artilheiro do Senegal na
Copa, com três gols marcados.
Diouf, no último lance da etapa,
ajudou a acirrar o clima para a
volta ao fazer "embaixadas".
Enraivecidos pela atitude do
atleta rival, e com quatro atacantes no time, o Uruguai voltou
avassalador no segundo tempo.
Antes do primeiro minuto ser
completado, Morales, que havia
entrado no lugar de Abreu, aproveitou uma sobra e marcou o primeiro de sua equipe. Aos 24min,
Forlan dominou no peito e chutou forte para anotar o segundo.
O gol de empate chegou aos
43min, em pênalti que também
não existiu. Recoba converteu.
Foi então que o confronto ficou
dramático de vez. Com o Senegal
perdido em campo, os uruguaios
tiveram uma das chances desperdiçadas mais claras desta Copa.
Nos acréscimos, Morales, livre
de marcação na pequena área e
com o goleiro Sylva caído, cabeceou torto e deixou de classificar
seu time, o que salvaria a reputação dos bicampeões mundiais.
"Nosso primeiro tempo foi
muito bom, mas, no segundo, diminuímos demais o ritmo", disse
Fadiga, que, apesar da classificação, estava bastante aborrecido.
Ele foi um dos sete senegaleses a
levar cartão amarelo ontem. Como já havia recebido um no segundo jogo, está fora do próximo.
Em sua volta ao Mundial após
12 anos fora, o Uruguai não conseguiu vencer uma partida. Desde
1970, quando foi semifinalista, o
time alterna participações medíocres com outras em que nem mesmo passa das eliminatórias.
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