São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

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Croácia usa Copa para ter Euro-2012

Em campo, adversário de amanhã do Brasil quer igualar terceiro lugar de 1998, sua melhor colocação

FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A BAD BRÜCKENAU

Em campo, a meta na Copa é se aproximar de 1998 (quando foi terceira) e se afastar de 2002 (eliminada na primeira fase). Nos bastidores, a Croácia, adversária do Brasil amanhã, só pensa em 2012. Junto com a Hungria, o país é candidato a receber a Eurocopa daqui a seis anos e pretende usar o Mundial para reforçar sua campanha.
Sem muito alarde, para não serem advertidos pela Fifa, que proíbe essas manifestações na Copa, os cartolas do país se desdobram em articulações políticas para promover a candidatura conjunta. Buscaram apoio nos amistosos preparatórios contra seleções européias realizados nas últimas semanas, cortejam dirigentes poderosos e aproveitam a presença da mídia internacional na Alemanha para potencializar o lobby.
"Neste momento, quando a decisão sobre a sede se aproxima, cada jogo e cada publicidade sobre a Croácia fazem parte da campanha da nossa candidatura", afirmou à Folha Zorislav Srebric, secretário-geral da Federação Croata de Futebol.
A Uefa, entidade que administra o futebol europeu, vai definir em dezembro o local do torneio de seleções. As outras finalistas são Itália e Polônia/ Ucrânia, outra dobradinha.
A julgar pela primeira etapa da votação, em novembro, a disputa será apertada. A Itália teve 11 pontos, Croácia/Hungria, nove, e Polônia/Ucrânia, sete. Turquia, com seis, e Grécia, dois, foram eliminadas.
Segundo Srebric, o segundo na hierarquia da federação croata, até o jogo contra o Brasil fará parte do lobby. "Embora a decisão seja da Uefa, Ricardo Teixeira é um homem poderoso no futebol mundial. Claro que trabalharemos para que apóie a nossa candidatura."
Questionado se a Croácia negociaria o apoio de Teixeira em troca do voto no brasileiro -integrante do Comitê Executivo da Fifa- numa eventual candidatura à presidência da organização, Srebric, aos risos, desconversou: "Não me faça uma pergunta dessas, por favor".
A campanha para agradar a CBF começou na própria entrevista. O dirigente fez questão de cobrir de elogios o brasileiro, que conheceu em 2005, quando a seleção jogou amistoso em Split. "É um excelente homem, ótimo para fazer negócios e muito bom dirigente."


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