São Paulo, terça-feira, 12 de junho de 2007

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Kubica tem alta e já quer Indianápolis

Polonês, que sofreu acidente espetacular no Canadá, fala em correr na próxima etapa da F-1, cujo primeiro treino é sexta

"Não lembro de nada", diz piloto da BMW, que teve só uma torção no tornozelo e aguarda liberação médica para atuar no GP dos EUA


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONTRÉAL

Pouco menos de 22 horas depois de sofrer o acidente mais assustador da F-1 nos últimos anos, Robert Kubica deixou ontem o hospital Sacre Couer, no norte da ilha de Montréal, andando e com um desejo.
"Estou feliz por ter deixado o hospital tão rápido e agora quero me preparar para correr em Indianápolis", afirmou o polonês, 22, antes de entrar em seu BMW X5 e seguir para o hotel.
"Como vocês podem ver, estou em boa forma. Espero que os médicos me dêem o OK para que eu possa correr", disse.
Kubica acidentou-se na 27ª volta do GP do Canadá, anteontem, até aqui a prova mais movimentada e acidentada do ano, com o safety car tendo que ser despachado à pista quatro vezes. A corrida havia acabado de ser reiniciada depois de um acidente com Adrian Sutil.
Na mesma volta em que o safety car deixou a pista, Kubica se aproximava do hairpin quando tocou na traseira do Toyota de Jarno Trulli e "decolou". Seu BMW foi de encontro ao muro de proteção, e o choque foi violento. Despedaçado, o carro ainda cruzou a pista capotando, enquanto era possível ver o capacete do piloto polonês batendo dos dois lados do cockpit, antes de parar, virado de lado, alguns metros à frente.
O susto foi grande não somente para quem estava no autódromo como para quem acompanhava a prova pela TV, como o pai do piloto, Artur, que no momento do acidente comentava o GP para a TV Polsat, na Polônia, e que ficou algum tempo sem receber notícias sobre o estado de saúde do filho.
Devido à violência do choque, Kubica foi levado ao centro médico do circuito Gilles Villeneuve e de lá transportado, de helicóptero, para o hospital Sacre Couer, onde foi atendido pelo médico Ronald Denis, responsável pelo GP.
"Não lembro de nada", falou o piloto, que sofreu apenas uma concussão cerebral leve e uma torção no tornozelo direito. Passou a noite internado, em observação. "Não estou sentindo nenhuma dor e me sinto muito bem", afirmou. "Gostaria de agradecer a todos pelos cuidados médicos e pelos desejos de melhora. Queria também agradecer a todos da equipe que me visitaram e também ao Jarno, que esteve aqui ontem [anteontem]", disse ele.
Mas, apesar de seu desejo de correr já no próximo domingo, no GP dos EUA, Kubica ainda terá que passar por uma avaliação dos médicos da FIA na quinta-feira, em Indianápolis. A BMW terá então até as 16h para inscrever sua dupla para a corrida. Caso o polonês não seja liberado, o time escolherá entre Timo Glock e Sebastian Vettel, seus pilotos de testes.
"Tive muita sorte. Foi um grande acidente, mas, felizmente, sem maiores conseqüências", concluiu Kubica.
O último acidente desse tipo na F-1 havia sido o de Luciano Burti, em 2001, em Spa-Francorchamps (Bélgica). Na quarta volta da corrida, o piloto, então na Prost, tentou ultrapassar o irlandês Eddie Irvine por dentro da curva Blanchimont, a 300 km/h. Burti se estatelou na barreira de segurança, após tocar no carro do adversário.
O brasileiro teve uma pequena hemorragia no cérebro, ficou com hematomas e teve de ficar por oito dias no hospital.


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