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Kubica tem alta e já quer Indianápolis
Polonês, que sofreu acidente espetacular no Canadá, fala em correr na próxima etapa da F-1, cujo primeiro treino é sexta
"Não lembro de nada", diz piloto da BMW, que teve só uma torção no tornozelo e
aguarda liberação médica para atuar no GP dos EUA
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONTRÉAL
Pouco menos de 22 horas depois de sofrer o acidente mais
assustador da F-1 nos últimos
anos, Robert Kubica deixou ontem o hospital Sacre Couer, no
norte da ilha de Montréal, andando e com um desejo.
"Estou feliz por ter deixado o
hospital tão rápido e agora quero me preparar para correr em
Indianápolis", afirmou o polonês, 22, antes de entrar em seu
BMW X5 e seguir para o hotel.
"Como vocês podem ver, estou em boa forma. Espero que
os médicos me dêem o OK para
que eu possa correr", disse.
Kubica acidentou-se na 27ª
volta do GP do Canadá, anteontem, até aqui a prova mais movimentada e acidentada do ano,
com o safety car tendo que ser
despachado à pista quatro vezes. A corrida havia acabado de
ser reiniciada depois de um acidente com Adrian Sutil.
Na mesma volta em que o safety car deixou a pista, Kubica
se aproximava do hairpin
quando tocou na traseira do
Toyota de Jarno Trulli e "decolou". Seu BMW foi de encontro
ao muro de proteção, e o choque foi violento. Despedaçado,
o carro ainda cruzou a pista capotando, enquanto era possível
ver o capacete do piloto polonês batendo dos dois lados do
cockpit, antes de parar, virado
de lado, alguns metros à frente.
O susto foi grande não somente para quem estava no autódromo como para quem
acompanhava a prova pela TV,
como o pai do piloto, Artur, que
no momento do acidente comentava o GP para a TV Polsat,
na Polônia, e que ficou algum
tempo sem receber notícias sobre o estado de saúde do filho.
Devido à violência do choque, Kubica foi levado ao centro médico do circuito Gilles
Villeneuve e de lá transportado, de helicóptero, para o hospital Sacre Couer, onde foi
atendido pelo médico Ronald
Denis, responsável pelo GP.
"Não lembro de nada", falou
o piloto, que sofreu apenas uma
concussão cerebral leve e uma
torção no tornozelo direito.
Passou a noite internado, em
observação. "Não estou sentindo nenhuma dor e me sinto
muito bem", afirmou. "Gostaria de agradecer a todos pelos
cuidados médicos e pelos desejos de melhora. Queria também
agradecer a todos da equipe
que me visitaram e também ao
Jarno, que esteve aqui ontem
[anteontem]", disse ele.
Mas, apesar de seu desejo de
correr já no próximo domingo,
no GP dos EUA, Kubica ainda
terá que passar por uma avaliação dos médicos da FIA na
quinta-feira, em Indianápolis.
A BMW terá então até as 16h
para inscrever sua dupla para a
corrida. Caso o polonês não seja liberado, o time escolherá
entre Timo Glock e Sebastian
Vettel, seus pilotos de testes.
"Tive muita sorte. Foi um
grande acidente, mas, felizmente, sem maiores conseqüências", concluiu Kubica.
O último acidente desse tipo
na F-1 havia sido o de Luciano
Burti, em 2001, em Spa-Francorchamps (Bélgica). Na quarta
volta da corrida, o piloto, então
na Prost, tentou ultrapassar o
irlandês Eddie Irvine por dentro da curva Blanchimont, a
300 km/h. Burti se estatelou na
barreira de segurança, após tocar no carro do adversário.
O brasileiro teve uma pequena hemorragia no cérebro, ficou com hematomas e teve de
ficar por oito dias no hospital.
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