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CRÍTICA TV
Copa em alta
definição não
elimina Galvão
FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO
Um mexicano e um sul-
-africano sobem para disputar uma bola de cabeça, um
lance corriqueiro do jogo de
abertura. No replay, com a
imagem incrivelmente límpida e aproximada, vemos a careca do sul-africano vibrar ao
impacto da lépida Jabulani.
É como se os documentaristas de vida selvagem da
BBC de repente deixassem as
estepes africanas para gravar
no Soccer City.
É a prometida "Copa HD",
da alta definição televisiva.
Geradas pela Fifa, as imagens são captadas por 33 câmeras, uma delas aérea
(num helicóptero), oferecendo um balé estonteante para
qualquer tarado por transmissões esportivas ao vivo.
Mas, então, impõe-se a
questãozinha crucial: imagem é tudo? Ou ainda: tecnologia não é só isso mesmo?
Aí lembramos de Galvão,
que não muda. Ontem torceu
como um louco para o time
da casa, cujo povo, disse,
"andava de cabeça baixa e
hoje olha para o céu".
Quem comprou sua HDTV
tem, pelo menos, uma opção
do tempo do ronca: baixar o
volume da nave espacial e
aumentar o do rádio.
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