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Dupla afinada
Com Juan e Lúcio , amigos fora de campo, seleção brasileira pela primeira vez repetirá dupla de zagueiros em uma Copa
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
Não é à toa que a seleção
brasileira de Dunga tem sido
mais badalada por sua defesa de luxo do que por seu ataque, como historicamente
sempre aconteceu.
Além do trio Júlio César,
Maicon e Lúcio, campeão europeu com a Inter de Milão,
outro fator ajuda a explicar o
sucesso da retaguarda do time comandado por Dunga.
Lúcio e Juan farão pela primeira vez a seleção ter a mesma dupla de zaga em duas
Copas do Mundo.
Remanescentes de 2006,
eles foram dos poucos que
saíram ilesos da saraivada de
críticas da equipe que fracassou na Alemanha.
Agora, na África do Sul, os
dois chegam com status de
atletas imprescindíveis e
com retrospecto invejável.
A dupla atuou junta em 44
jogos do time nacional (um
recorde histórico da zaga
brasileira), com 30 vitórias,
nove empates e cinco derrotas, com 29 gols sofridos,
uma média de 0,66 por jogo.
Lúcio e Juan não permitiram que o Brasil fosse vazado
em 25 desses confrontos.
"O Dunga tem uma grande
parcela de contribuição para
a mudança de mentalidade.
Ele começou a abrir os olhos
das pessoas para a importância do setor defensivo e fala
abertamente sobre isso", falou Juan ao site da Fifa.
A parceria entre eles começou em 2002, quando formaram a zaga do Bayer Leverkusen, o que durou dois anos.
Desde então, tornaram-se
amigos fora de campo. Falam-se com frequência e, invariavelmente, veem-se na
Itália -Juan joga na Roma.
Curiosamente, porém, os
defensores podem disputar,
na África do Sul, a primeira
grande competição inteira
juntos sob o comando de
Dunga. Na Copa América de
2007, Lúcio se recuperava de
cirurgia. Na Copa das Confederações, no ano passado,
Juan, lesionado, desfalcou o
time nos jogos decisivos.
"EQUILÍBRIO"
Os dois zagueiros têm sido
políticos quando questionados sobre a "melhor defesa
do mundo". Elogiam a seleção como um time mais
"equilibrado", quando comparado ao da Copa de 2006.
"Todo mundo sempre elogia os atacantes brasileiros.
Desde que o Brasil joga Mundial, é assim. Hoje, se falam
da defesa, é porque jogamos
em grandes campeonatos da
Europa", declarou Juan.
"Talvez sejamos admirados por outros jornalistas,
por outros torcedores, e isso
faz com que elogios apareçam. Mas a seleção tem bela
defesa, ataque e meio de
campo", acrescentou ele.
Para Juan, entretanto, a
equipe atual deve tirar lições
dos erros cometidos durante
o Mundial da Alemanha,
quatro anos atrás.
"A confiança sempre foi
grande, pelo grupo que temos e pelo que conquistamos nos últimos anos. Mas,
em 2006, [o Brasil] era mais
favorito pelo momento que
vivia cada jogador, em especial do meio para a frente."
"Acho que na história das
Copas, sempre que o Brasil
foi muito favorito, as coisas
não deram certo", concluiu.
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