São Paulo, sábado, 12 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dupla afinada

Com Juan e Lúcio , amigos fora de campo, seleção brasileira pela primeira vez repetirá dupla de zagueiros em uma Copa

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Não é à toa que a seleção brasileira de Dunga tem sido mais badalada por sua defesa de luxo do que por seu ataque, como historicamente sempre aconteceu.
Além do trio Júlio César, Maicon e Lúcio, campeão europeu com a Inter de Milão, outro fator ajuda a explicar o sucesso da retaguarda do time comandado por Dunga.
Lúcio e Juan farão pela primeira vez a seleção ter a mesma dupla de zaga em duas Copas do Mundo.
Remanescentes de 2006, eles foram dos poucos que saíram ilesos da saraivada de críticas da equipe que fracassou na Alemanha.
Agora, na África do Sul, os dois chegam com status de atletas imprescindíveis e com retrospecto invejável.
A dupla atuou junta em 44 jogos do time nacional (um recorde histórico da zaga brasileira), com 30 vitórias, nove empates e cinco derrotas, com 29 gols sofridos, uma média de 0,66 por jogo.
Lúcio e Juan não permitiram que o Brasil fosse vazado em 25 desses confrontos.
"O Dunga tem uma grande parcela de contribuição para a mudança de mentalidade. Ele começou a abrir os olhos das pessoas para a importância do setor defensivo e fala abertamente sobre isso", falou Juan ao site da Fifa.
A parceria entre eles começou em 2002, quando formaram a zaga do Bayer Leverkusen, o que durou dois anos. Desde então, tornaram-se amigos fora de campo. Falam-se com frequência e, invariavelmente, veem-se na Itália -Juan joga na Roma.
Curiosamente, porém, os defensores podem disputar, na África do Sul, a primeira grande competição inteira juntos sob o comando de Dunga. Na Copa América de 2007, Lúcio se recuperava de cirurgia. Na Copa das Confederações, no ano passado, Juan, lesionado, desfalcou o time nos jogos decisivos.

"EQUILÍBRIO"
Os dois zagueiros têm sido políticos quando questionados sobre a "melhor defesa do mundo". Elogiam a seleção como um time mais "equilibrado", quando comparado ao da Copa de 2006.
"Todo mundo sempre elogia os atacantes brasileiros. Desde que o Brasil joga Mundial, é assim. Hoje, se falam da defesa, é porque jogamos em grandes campeonatos da Europa", declarou Juan.
"Talvez sejamos admirados por outros jornalistas, por outros torcedores, e isso faz com que elogios apareçam. Mas a seleção tem bela defesa, ataque e meio de campo", acrescentou ele.
Para Juan, entretanto, a equipe atual deve tirar lições dos erros cometidos durante o Mundial da Alemanha, quatro anos atrás.
"A confiança sempre foi grande, pelo grupo que temos e pelo que conquistamos nos últimos anos. Mas, em 2006, [o Brasil] era mais favorito pelo momento que vivia cada jogador, em especial do meio para a frente."
"Acho que na história das Copas, sempre que o Brasil foi muito favorito, as coisas não deram certo", concluiu.


Texto Anterior: José Geraldo Couto: Aprendizado do caos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.