A pedido do técnico, atletas não levaram seus familiares para a Copa

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Os jogadores da seleção brasileira aceitaram o pedido de Dunga e vão deixar suas famílias longe da África do Sul no início da Copa.
Há mais de duas semanas em Johannesburgo, os convocados por Dunga estão isolados de seus familiares. Os contatos diários são mantidos pelo telefone ou pela internet. Até agora, nenhum atleta se encontrou com parentes na África do Sul.
Para evitar badalação e preocupação dentro da concentração, Dunga pediu aos atletas que não trouxessem seus parentes para o país da Copa. O treinador já disse que prefere ficar ""focado" em Johannesburgo e que raramente telefona para sua casa, em Porto Alegre.
""Tempo para falar com minha mulher e jogar na internet eu terei depois desses 40 dias [de Copa]. Além disso, não vou poder fazer nada se ela me passar um problema do Brasil", argumentou o treinador brasileiro.
O alto índice de violência na África do Sul é a principal preocupação de muitos jogadores com os seus familiares durante o Mundial.
O zagueiro Lúcio foi o único brasileiro que contou que vai trazer os seus filhos e a mulher para assistir à Copa na África. Ele disse que pretende alugar uma casa nos arredores de Johannesburgo para acomodar a família.
Recuperando-se de contusões, Kaká e Júlio César ficarão isolados até próximo da final do campeonato.

SÓ NA FINAL
Mulher de Kaká, Caroline Celico contou que só viajará para Johannesburgo caso a seleção se classifique para a final no Soccer City. Ela esteve ao lado de Kaká durante toda a Copa de 2006.
Susana Werner, mulher de Júlio César, disse que a comissão técnica aconselhou ""os jogadores a só levarem as famílias se tiverem esquema [de segurança]". Com dois filhos (Cauet, 7, e Giulia, 4), ela também disse que só embarca para Johannesburgo se o Brasil decidir o título.
Caso a seleção chegue à final, a CBF deve disponibilizar um avião para levar os parentes dos atletas a Johannesburgo. A mesma aeronave será usada para levar a delegação de volta ao Brasil.
Os jogadores já tiveram duas folgas desde o início do período de preparação na África do Sul e ficaram sem muitas alternativas para aproveitar o tempo vago.
No primeiro dia de descanso, um grupo visitou um shopping de luxo da cidade e outro jogou golfe no campo que fica ao lado do hotel que serve de base à seleção.
Na folga desta semana, os jogadores voltaram a passar o tempo no clube de golfe e no centro comercial. Dessa vez, a comissão técnica tentou animar os atletas com um churrasco organizado pelo ex-goleiro Taffarel, atual observador da seleção. (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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