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FUTEBOL
Situação defende acordo com J. Hawilla, que representa três grupos estrangeiros; proposta de Pelé é similar
Diretoria do São Paulo define parceiro
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local
O presidente do São Paulo, José
Augusto Bastos Neto, optou, entre
as quatro propostas recebidas pelo
clube para formar parceria no departamento de futebol, pela da
Traffic, agência de marketing esportivo do empresário J. Hawilla.
Apesar de estar declarando que o
clube pretende conversar com outras empresas antes de definir o
nome do novo parceiro, a Folha
apurou que, em conversas com
conselheiros são-paulinos, Bastos
Neto tem defendido a proposta
que J. Hawilla, pessoalmente, fez
ao São Paulo no último dia 20.
Na ocasião, além da Traffic, a Pelé Sports & Marketing, do ex-ministro Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, a VR, patrocinadora
do Campeonato Paulista, e a Koch
Tavares, empresa de marketing esportivo, fizeram propostas ao São
Paulo para formação de parceria.
As duas que mais agradaram aos
cerca de 20 conselheiros que estiveram presentes na exposição foram a de Hawilla e a de Pelé.
Mas a diretoria executiva do clube, que tem apoio de Milton Neves,
presidente do Conselho Deliberativo, e Sebastião Duarte, do Fiscal
-Ives Gandra, do Consultivo, ainda não se definiu-, acha melhor
levar a da Traffic para apreciação
dos demais conselheiros.
Um dos motivos é a dificuldade
que a empresa de Pelé está tendo
para fechar parceria para o departamento de futebol do Santos.
A outra é o fato de que não seria,
necessariamente, a HMTF, sócia
do Corinthians, após intermediação do próprio Hawilla, a parceira
são-paulina. Além da HMTF, a
Traffic representa outros três fundos de investimentos, todos norte-americanos.
O terceiro -e possivelmente
principal motivo, já que as duas
empresas fizeram propostas semelhantes- é o fato de a Pelé Sports
& Marketing ser apoiada por parte
significativa da oposição. O ex-presidente Carlos Miguel Aidar,
por exemplo, é aliado de Pelé.
Porém, mais do que a empresa
do ex-ministro, o maior problema
de Bastos Neto é a resistência feita
por alguns conselheiros, tanto de
situação quanto de oposição, à
venda do controle do departamento de futebol do clube.
Um dos argumentos do dirigente
são os valores oferecidos tanto pela
Traffic quanto pela Pelé Sports,
que superariam R$ 1,2 bilhão por
dez anos de contrato.
Para Bastos Neto, os valores têm
de ser maiores do que o acordo da
HMTF com o Corinthians -R$
100 milhões no primeiro ano de
contrato-, porque o São Paulo
tem no estádio do Morumbi ""a
maior vitrine de publicidade estática do Brasil", além de um moderno centro de treinamento.
Outro fator de peso, segundo ele,
é o crescimento da torcida nos
anos 90, que teria passado do sétimo para o terceiro lugar entre as
maiores do país.
Quanto às propostas da VR e da
Koch Tavares, apesar de a direção
do clube tê-las definidas como ""interessantes", o problema estaria
na menor injeção de dinheiro.
A VR, por exemplo, do empresário Cláudio Szajman, estaria querendo dividir a administração do
futebol, mas sem oferecer os
adiantamentos prometidos pela
Traffic e pela Pelé Sports.
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