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TÊNIS
Melhor tenista brasileiro pode ficar fora do confronto contra a Austrália, em Brisbane, pelas semifinais da competição
Dor de Kuerten ameaça Brasil na Davis
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O Brasil corre o risco de ficar
sem o seu melhor tenista para as
partidas contra a Austrália, a partir de sexta-feira, pelas semifinais
da Copa Davis. Gustavo Kuerten,
líder no ranking da Corrida dos
Campeões, sentiu dores na coxa
durante os treinos de ontem em
Brisbane e colocou em dúvida a
sua participação no confronto.
Caso ele não possa atuar, Ricardo Acioly, capitão do Brasil, vai
escalar André Sá (85º na Corrida)
ao lado de Fernando Meligeni
(83º) para os jogos de simples.
Eles enfrentarão Lleyton Hewitt
(6º) e Patrick Rafter (13º).
Para a definição da dupla que
jogará no sábado, Acioly conta
ainda com Jaime Oncins (13º colocado no ranking de duplas).
Kuerten sentiu a contusão enquanto batia bola na quadra de
grama do ANZ Stadium, que receberá os jogos. Questionado por
Acioly sobre seu estado físico, o
tenista não escondeu o problema.
"Está doendo muito. Está difícil
para correr", disse ao capitão.
Cercado por repórteres ao deixar a quadra, Kuerten afirmou
que pretende jogar na sexta, mas
não garantiu sua participação.
"Quero jogar. Espero estar na
quadra", declarou o brasileiro.
Larri Passos, técnico de Kuerten, e Acioly procuraram minimizar a questão, afirmando que as
dores são normais em treinos na
grama, onde os tenistas são obrigados a flexionar mais as pernas.
"É uma coisa comum, que não
nos preocupa", disse Passos.
Até sentir a contusão, Kuerten
havia treinado duas horas pela
manhã, mais uma hora e meia à
tarde. Ele concentrou sua preparação para o jogo contra Rafter,
programado para sexta-feira.
"Ele (Rafter) não fica um só
ponto no fundo da quadra. E,
quando fica, joga as bolas muito
baixas porque só dá slices", disse.
"Ele jogou assim o tempo todo
contra o (Andre) Agassi", completou, referindo-se à vitória de
Rafter sobre o norte-americano
pelas semifinais do Torneio de
Wimbledon, na semana passada.
Ontem, Kuerten ainda havia dedicado parte dos treinos a devoluções de saque. "O Rafter arrisca
muito no primeiro saque. No segundo, ele saca muito com quique
na esquerda e no corpo."
A Agência Folha entrou em
contato com a família do tenista,
em Florianópolis, Santa Catarina,
onde Kuerten mora, e foi informada de que sua intenção, por
enquanto, é tentar atuar contra
Rafter depois de amanhã.
Alívio
A contusão de Kuerten, mesmo
que não o afaste dos jogos, serviu
de alívio para a equipe australiana, que vem enfrentando problemas em sua preparação.
Primeiro, o time foi atrapalhados pelo bom desempenho de
seus tenistas em Wimbledon. Vice-campeão em Londres, no domingo, Rafter, por exemplo, só
desembarcou ontem na Austrália.
A equipe ainda passa por uma
polêmica, iniciada na semana
passada com a desistência de
Mark Philippoussis, que alegou
uma tendinite. Na Inglaterra, Rafter insinuou que o compatriota
não gosta de defender o país na
Davis -não foi a primeira vez
que Philippoussis anunciou sua
desistência às vésperas de um
confronto pela competição.
Ontem, John Newcombe, capitão australiano, decidiu romper
seu silêncio sobre o assunto e deu
total apoio a Rafter. "Um de nossos principais objetivos é colocar
o nome do Patrick no troféu da
Davis", declarou Newcombe.
No ano passado, entretanto,
Rafter não integrava a equipe que
bateu a França, fora de casa, na final do torneio.O herói daquela
participação foi justamente seu
desafeto, Philippoussis, que deu
ao seu país o ponto decisivo.
"Já passamos por algumas turbulências antes. Tenho certeza de
que toda essa polêmica não vai
nos afetar quando entrarmos em
quadra", completou Newcombe.
Hoje à noite, no horário de Brasília, será realizado o sorteio que
definirá a ordem dos jogos.
Colaborou a Agência Folha
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