São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2000


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TÊNIS
Melhor tenista brasileiro pode ficar fora do confronto contra a Austrália, em Brisbane, pelas semifinais da competição
Dor de Kuerten ameaça Brasil na Davis

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Brasil corre o risco de ficar sem o seu melhor tenista para as partidas contra a Austrália, a partir de sexta-feira, pelas semifinais da Copa Davis. Gustavo Kuerten, líder no ranking da Corrida dos Campeões, sentiu dores na coxa durante os treinos de ontem em Brisbane e colocou em dúvida a sua participação no confronto.
Caso ele não possa atuar, Ricardo Acioly, capitão do Brasil, vai escalar André Sá (85º na Corrida) ao lado de Fernando Meligeni (83º) para os jogos de simples. Eles enfrentarão Lleyton Hewitt (6º) e Patrick Rafter (13º).
Para a definição da dupla que jogará no sábado, Acioly conta ainda com Jaime Oncins (13º colocado no ranking de duplas).
Kuerten sentiu a contusão enquanto batia bola na quadra de grama do ANZ Stadium, que receberá os jogos. Questionado por Acioly sobre seu estado físico, o tenista não escondeu o problema.
"Está doendo muito. Está difícil para correr", disse ao capitão.
Cercado por repórteres ao deixar a quadra, Kuerten afirmou que pretende jogar na sexta, mas não garantiu sua participação.
"Quero jogar. Espero estar na quadra", declarou o brasileiro.
Larri Passos, técnico de Kuerten, e Acioly procuraram minimizar a questão, afirmando que as dores são normais em treinos na grama, onde os tenistas são obrigados a flexionar mais as pernas.
"É uma coisa comum, que não nos preocupa", disse Passos.
Até sentir a contusão, Kuerten havia treinado duas horas pela manhã, mais uma hora e meia à tarde. Ele concentrou sua preparação para o jogo contra Rafter, programado para sexta-feira.
"Ele (Rafter) não fica um só ponto no fundo da quadra. E, quando fica, joga as bolas muito baixas porque só dá slices", disse.
"Ele jogou assim o tempo todo contra o (Andre) Agassi", completou, referindo-se à vitória de Rafter sobre o norte-americano pelas semifinais do Torneio de Wimbledon, na semana passada.
Ontem, Kuerten ainda havia dedicado parte dos treinos a devoluções de saque. "O Rafter arrisca muito no primeiro saque. No segundo, ele saca muito com quique na esquerda e no corpo."
A Agência Folha entrou em contato com a família do tenista, em Florianópolis, Santa Catarina, onde Kuerten mora, e foi informada de que sua intenção, por enquanto, é tentar atuar contra Rafter depois de amanhã.

Alívio
A contusão de Kuerten, mesmo que não o afaste dos jogos, serviu de alívio para a equipe australiana, que vem enfrentando problemas em sua preparação.
Primeiro, o time foi atrapalhados pelo bom desempenho de seus tenistas em Wimbledon. Vice-campeão em Londres, no domingo, Rafter, por exemplo, só desembarcou ontem na Austrália.
A equipe ainda passa por uma polêmica, iniciada na semana passada com a desistência de Mark Philippoussis, que alegou uma tendinite. Na Inglaterra, Rafter insinuou que o compatriota não gosta de defender o país na Davis -não foi a primeira vez que Philippoussis anunciou sua desistência às vésperas de um confronto pela competição.
Ontem, John Newcombe, capitão australiano, decidiu romper seu silêncio sobre o assunto e deu total apoio a Rafter. "Um de nossos principais objetivos é colocar o nome do Patrick no troféu da Davis", declarou Newcombe.
No ano passado, entretanto, Rafter não integrava a equipe que bateu a França, fora de casa, na final do torneio.O herói daquela participação foi justamente seu desafeto, Philippoussis, que deu ao seu país o ponto decisivo.
"Já passamos por algumas turbulências antes. Tenho certeza de que toda essa polêmica não vai nos afetar quando entrarmos em quadra", completou Newcombe.
Hoje à noite, no horário de Brasília, será realizado o sorteio que definirá a ordem dos jogos.


Colaborou a Agência Folha


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