São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2001

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FUTEBOL

Polícia colombiana monta, em Cali, um aparato de segurança inédito para o jogo do Brasil contra os mexicanos

Partida da seleção terá megaesquema contra terrorismo

DOS ENVIADOS A CALI

A Polícia Nacional da Colômbia vai montar hoje uma megaoperação de segurança, inédita em Cali, para a estréia da seleção brasileira na Copa América com o México.
No total, 3.200 policiais estarão trabalhando dentro e nos arredores do estádio Pascual Guerreiro -o número de agentes é recorde em partidas de futebol em Cali.
A megaoperação colombiana contará com centenas de homens de tropas de elite da polícia local, como os grupos anti-sequestro, antimotim e antiexplosivo.
Desde o início da manhã de hoje, dois helicópteros estarão sobrevoando toda a cidade.
Na hora do jogo, pelo menos uma aeronave acompanhará a movimentação dos torcedores nos arredores do estádio.
Para tentar controlar a multidão, a polícia irá contar com cães farejadores e com 15 câmeras que irão registrar o que acontece nas proximidades do estádio.
""Nossa intenção é dar segurança a todos: jogadores, autoridades e torcedores", disse Villamizar Laureano, comandante da Polícia Nacional da Colômbia em Cali.
A operação se deve ao clima de insegurança do país. Antes de ser ""ressuscitada", na semana passada, a Copa América havia sido cancelada por causa dos problemas políticos da Colômbia.
Nos últimos meses, houve uma série de atentados terroristas e sequestros comandados por guerrilheiros nas principais cidades.
Os jogos são um dos pontos críticos para os organizadores. Por causa da grande concentração popular, os estádios facilitam as ações dos terroristas.
No estádio, 1.300 homens estarão trabalhando, com centenas deles infiltrados entre torcedores.
Para ter idéia da grandiosidade do aparato policial, cerca de 800 policiais trabalham em jogos considerados de alto risco no país. Segundo Laureano, o esquema para jogos de clubes locais conta, no máximo, com 500 policiais. No Brasil, um jogo decisivo conta com até 700 policiais.
A megaoperação terá início às 8h da manhã de hoje. A polícia deverá fechar várias ruas nas proximidades do estádio. O acesso só será permitido aos moradores e aos torcedores com ingressos.
Para evitar aglomerações, os organizadores não venderão os bilhetes no próprio estádio.
A seleção brasileira contará com a proteção de cerca de 60 agentes da polícia local, que cuidarão dos jogadores durante todo o dia.
Ontem, a polícia simulou conflitos no estádio. ""Está tudo perfeito", disse Laureano.
Apesar do esquema, Scolari não acredita em confusão. "O futebol vai servir como arma para a paz. A Colômbia tem 35 milhões de habitantes, e 34,9 milhões vão estar felizes. Se 100 mil não querem, não posso fazer nada", disse o técnico, que foi bastante aplaudido pelos jornalistas colombianos. (FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)



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