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FUTEBOL
Polícia colombiana monta, em Cali, um aparato de segurança inédito para o jogo do Brasil contra os mexicanos
Partida da seleção terá megaesquema contra terrorismo
DOS ENVIADOS A CALI
A Polícia Nacional da Colômbia
vai montar hoje uma megaoperação de segurança, inédita em Cali,
para a estréia da seleção brasileira
na Copa América com o México.
No total, 3.200 policiais estarão
trabalhando dentro e nos arredores do estádio Pascual Guerreiro
-o número de agentes é recorde
em partidas de futebol em Cali.
A megaoperação colombiana
contará com centenas de homens
de tropas de elite da polícia local,
como os grupos anti-sequestro,
antimotim e antiexplosivo.
Desde o início da manhã de hoje, dois helicópteros estarão sobrevoando toda a cidade.
Na hora do jogo, pelo menos
uma aeronave acompanhará a
movimentação dos torcedores
nos arredores do estádio.
Para tentar controlar a multidão, a polícia irá contar com cães
farejadores e com 15 câmeras que
irão registrar o que acontece nas
proximidades do estádio.
""Nossa intenção é dar segurança a todos: jogadores, autoridades
e torcedores", disse Villamizar
Laureano, comandante da Polícia
Nacional da Colômbia em Cali.
A operação se deve ao clima de
insegurança do país. Antes de ser
""ressuscitada", na semana passada, a Copa América havia sido
cancelada por causa dos problemas políticos da Colômbia.
Nos últimos meses, houve uma
série de atentados terroristas e sequestros comandados por guerrilheiros nas principais cidades.
Os jogos são um dos pontos críticos para os organizadores. Por
causa da grande concentração popular, os estádios facilitam as
ações dos terroristas.
No estádio, 1.300 homens estarão trabalhando, com centenas
deles infiltrados entre torcedores.
Para ter idéia da grandiosidade
do aparato policial, cerca de 800
policiais trabalham em jogos considerados de alto risco no país. Segundo Laureano, o esquema para
jogos de clubes locais conta, no
máximo, com 500 policiais. No
Brasil, um jogo decisivo conta
com até 700 policiais.
A megaoperação terá início às
8h da manhã de hoje. A polícia
deverá fechar várias ruas nas proximidades do estádio. O acesso só
será permitido aos moradores e
aos torcedores com ingressos.
Para evitar aglomerações, os organizadores não venderão os bilhetes no próprio estádio.
A seleção brasileira contará com
a proteção de cerca de 60 agentes
da polícia local, que cuidarão dos
jogadores durante todo o dia.
Ontem, a polícia simulou conflitos no estádio. ""Está tudo perfeito", disse Laureano.
Apesar do esquema, Scolari não
acredita em confusão. "O futebol
vai servir como arma para a paz.
A Colômbia tem 35 milhões de
habitantes, e 34,9 milhões vão estar felizes. Se 100 mil não querem,
não posso fazer nada", disse o técnico, que foi bastante aplaudido
pelos jornalistas colombianos.
(FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)
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