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BOXE
Luna Park
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mais tradicional palco do
boxe sul-americano, o legendário Luna Park, em Buenos Aires (ARG), volta a abrir suas portas para o pugilismo amanhã.
Trata-se da disputa do cinturão
dos pesos-moscas da OMB (Organização Mundial de Boxe) envolvendo o campeão, o nicaraguense
Adonis Rivas, e o desafiante, o boxeador da casa Omar Narvaez.
(Coincidentemente, outro argentino terá um compromisso importante amanhã, quando o meio-médio-ligeiro Omar Weis,
que se especializa em surpreender
favoritos -perdeu em decisão
contestada para Antonio Diaz,
empatou com Ray Oliveira e venceu o superestimado Hector Camacho Jr.-, enfrenta o ex-campeão Zab Judah, há até pouco
tempo tido como invencível).
O ginásio de boxe do Luna
Park, com seu próprio hall da fama particular (com os desenhos
de louros envolvendo o nome dos
argentinos campeões, a data em
que ganharam os títulos e o local
das conquistas), onde lutadores se
preparavam para seus combates,
acabou interrompendo suas atividades no final de 1987.
Coincidentemente, no mesmo
período em que um dos maiores
nomes do boxe argentino à época,
o peso-médio Juan Domingo Roldan, foi nocauteado pelo americano Thomas "Hit Man" Hearns em quatro assaltos, em uma das
lutas mais dramáticas do passado
recente. Roldan, um verdadeiro
touro, forte e resistente, sofreu diversas quedas, mas, antes, esteve
muito próximo de nocautear
Hearns, um terrível pegador, mas
com um queixo bastante frágil.
Dentro dos ringues, a figura
mais associada ao Luna Park foi
o campeão de Carlos Monzon,
um dos dois maiores campeões
dos médios de todos os tempos.
Infelizmente, Monzon também
foi o protagonista de uma das histórias mais melancólicas do boxe.
Ex-ídolo, foi preso por matar a
ex-mulher e, depois, morreu em
um acidente automobilístico.
Fora dos ringues, o personagem
que os aficionados mais relacionam ao Luna Park é o falecido
Juan Carlos "Tito" Lectoure, que
inicialmente trabalhou como
matchmaker (responsável pela
realização dos combates, pelo
bom "casamento" dos estilos dos
dois adversários) do local.
Nos últimos momentos do ginásio do Luna Park, que tinha capacidade para 20 mil pessoas, o público máximo que Lectoure conseguia colocar na casa era pouco
mais de 10 mil pessoas (soa irreal
para nós brasileiros, não?). E isso
ocorreria quando Roldan iria lutar na arena -se eram outros lutadores a fazer a luta de fundo da
programação, o público médio
era de 3.500 a 4.000 pessoas.
O motivo apresentado para o
fechamento do ginásio foi o fato
de haver poucos pugilistas treinando lá na época -cerca de 40,
número considerado muito baixo
por Lectoure. "O problema é que
o Luna Park fica no centro de
Buenos Aires. E os boxeadores
emergem de lugares mais humildes. Os treinadores, que deveriam
ir até esses locais, perderam o espírito de sacrifício, esqueceram
uma das regras essenciais do boxe: que os pugilistas devem treinar em seus ginásios locais e só os
grandes nomes em um local como
o Luna Park", afirmou Lectoure.
Mas, voltando ao início desta
coluna, alguns argentinos esperam que o retorno do Luna Park
à atividade, desde que alcance
êxito financeiro e moral, seja o estopim para o pugilismo daquele
país reaver sua grandeza.
Feminino
O grande (em todos os sentidos) desfalque da primeira edição do
Campeonato Brasileiro feminino de boxe amador, a peso-pesado
Shell Foreman, derrotou Ana Paula Lobato por nocaute aos
1min42s do primeiro assalto, na última terça-feira, em São Paulo.
Masculino
A ESPN International elegeu o melhor pugilista do ano durante
sua cerimônia anual de premiação aos melhores esportistas: o peso-pesado Lennox Lewis, campeão dos pesos-pesados, que no ano
passado recuperou os títulos ao bater Hasim Rahman. Concorriam com Lewis o meio-médio Vernon Forrest, que derrotou Shane Mosley -ele vinha sendo apontado como o sucessor de "Sugar" Ray Robinson-, o médio Bernard Hopkins, que unificou os títulos dos médios ao bater Félix "Tito" Trinidad, e o leve Floyd
Mayweather, que abandonou o título dos superpenas e venceu o
mexicano Jose Luis Castillo para ganhar o cinturão do CMB.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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