São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2005

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FUTEBOL

Após vitória em clássico, parceria fica receosa em fechar com treinador, que também está nos planos do Palmeiras

Corinthians caça Leão, mas não dispara

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians foi atrás de Emerson Leão, adiantou as negociações, mas ficou na dúvida depois da vitória por 3 a 1 sobre o Palmeiras, que também quer o ex-treinador do São Paulo.
Segundo um integrante da diretoria corintiana, que pediu para não ser identificado, até o começo da tarde a cúpula do clube estava perto de concluir a negociação, confirmada por mais três pessoas, duas envolvidas nas tratativas.
Horas depois, aconselhado por Paulo Angioni, diretor da parceira do Corinthians, Kia Joorabchian, presidente da MSI, ficou na dúvida. Angioni e dirigentes do clube avaliam que a troca seria desastrosa agora. O elenco ficaria revoltado com a queda de Márcio Bittencourt. Pelo plano original, o treinador voltaria a ser auxiliar.
Uma possibilidade agora é esperar um novo momento de fragilidade de Márcio, para fazer a troca.
O impasse corintiano abriu o caminho para o Palmeiras, que apesar de namorar Leão, anunciou ontem à noite que o técnico Paulo Bonamigo irá comandar o treino do time hoje, pela manhã.
É consenso entre os dirigentes que ele não deve seguir. Falta decidir se a demissão deve ser oficializada após acerto com o substituto. Os palmeirenses tentam pagar menos do que os cerca de R$ 300 mil mensais exigidos por Leão.
Para o Corinthians, o salário já era um assunto superado, apesar de a MSI e o treinador negarem estar conversando.
A Folha apurou que faltava o acerto em relação ao tempo de contrato e ao valor da multa rescisória exigida pelo técnico.
A cláusula penal também é um problema para o Palmeiras, que não costuma incluí-la nos compromissos assinados com os treinadores que escolhe.
Palmeirenses e corintianos demonstraram interesse em contar com Leão antes mesmo de o técnico voltar do Japão, assim que ele foi demitido pelo Vissel Kobe.
No caso do Corinthians, é a segunda investida recente feita no treinador. A primeira ocorreu quando ele ainda estava no São Paulo, no entanto não houve acordo salarial na ocasião.
Além de Kia, que tem o poder de decisão, o presidente corintiano, Alberto Dualib, estava empolgado com a idéia de ter Leão.
No Palmeiras, o técnico não é uma unanimidade. Segundo aliados do presidente Affonso della Monica, Musafá Contursi não quer o ex-goleiro no clube.
Atual presidente do Conselho Deliberativo, Mustafá chegou a entrar com uma ação na Justiça contra Leão, quando ele dirigia o Atlético-MG. Na ocasião, o técnico insinuou um esquema de arbitragem para favorecer o time paulista no Campeonato Brasileiro.
Leão também nega manter uma negociação com o Palmeiras.
"Não quero tirar o emprego de ninguém", afirmou. Porém, segundo conselheiros do clube, três contatos foram feitos com ele antes do clássico de anteontem.
Antes da reunião de ontem começar, a diretoria do Palmeiras sinalizava que a era Bonamigo estava perto de chegar ao fim.
"Podemos ter novidade durante a semana em termos de futebol, jogadores e outras coisas mais", disse Salvador Hugo Palaia, diretor de futebol palmeirense.


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