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FUTEBOL
Após vitória em clássico, parceria fica receosa em fechar com treinador, que também está nos planos do Palmeiras
Corinthians caça Leão, mas não dispara
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians foi atrás de
Emerson Leão, adiantou as negociações, mas ficou na dúvida depois da vitória por 3 a 1 sobre o
Palmeiras, que também quer o
ex-treinador do São Paulo.
Segundo um integrante da diretoria corintiana, que pediu para
não ser identificado, até o começo
da tarde a cúpula do clube estava
perto de concluir a negociação,
confirmada por mais três pessoas,
duas envolvidas nas tratativas.
Horas depois, aconselhado por
Paulo Angioni, diretor da parceira do Corinthians, Kia Joorabchian, presidente da MSI, ficou na
dúvida. Angioni e dirigentes do
clube avaliam que a troca seria desastrosa agora. O elenco ficaria revoltado com a queda de Márcio
Bittencourt. Pelo plano original, o
treinador voltaria a ser auxiliar.
Uma possibilidade agora é esperar um novo momento de fragilidade de Márcio, para fazer a troca.
O impasse corintiano abriu o
caminho para o Palmeiras, que
apesar de namorar Leão, anunciou ontem à noite que o técnico
Paulo Bonamigo irá comandar o
treino do time hoje, pela manhã.
É consenso entre os dirigentes
que ele não deve seguir. Falta decidir se a demissão deve ser oficializada após acerto com o substituto. Os palmeirenses tentam pagar
menos do que os cerca de R$ 300
mil mensais exigidos por Leão.
Para o Corinthians, o salário já
era um assunto superado, apesar
de a MSI e o treinador negarem
estar conversando.
A Folha apurou que faltava o
acerto em relação ao tempo de
contrato e ao valor da multa rescisória exigida pelo técnico.
A cláusula penal também é um
problema para o Palmeiras, que
não costuma incluí-la nos compromissos assinados com os treinadores que escolhe.
Palmeirenses e corintianos demonstraram interesse em contar
com Leão antes mesmo de o técnico voltar do Japão, assim que ele
foi demitido pelo Vissel Kobe.
No caso do Corinthians, é a segunda investida recente feita no
treinador. A primeira ocorreu
quando ele ainda estava no São
Paulo, no entanto não houve
acordo salarial na ocasião.
Além de Kia, que tem o poder
de decisão, o presidente corintiano, Alberto Dualib, estava empolgado com a idéia de ter Leão.
No Palmeiras, o técnico não é
uma unanimidade. Segundo aliados do presidente Affonso della
Monica, Musafá Contursi não
quer o ex-goleiro no clube.
Atual presidente do Conselho
Deliberativo, Mustafá chegou a
entrar com uma ação na Justiça
contra Leão, quando ele dirigia o
Atlético-MG. Na ocasião, o técnico insinuou um esquema de arbitragem para favorecer o time paulista no Campeonato Brasileiro.
Leão também nega manter uma
negociação com o Palmeiras.
"Não quero tirar o emprego de
ninguém", afirmou. Porém, segundo conselheiros do clube, três
contatos foram feitos com ele antes do clássico de anteontem.
Antes da reunião de ontem começar, a diretoria do Palmeiras sinalizava que a era Bonamigo estava perto de chegar ao fim.
"Podemos ter novidade durante
a semana em termos de futebol,
jogadores e outras coisas mais",
disse Salvador Hugo Palaia, diretor de futebol palmeirense.
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