|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Natação
Promessas das piscinas regridem no cronômetro
Destaques femininos do Brasil não conseguem render nos últimos 3 anos
Mariana Brochado está fora do Pan; Joanna Maranhão, Flávia Delaroli e Rebeca Gusmão divergem sobre motivos do declínio técnico
DO ENVIADO AO RIO
Em 2003 e 2004, a natação
feminina formou uma geração
que era o sonho de qualquer patrocinador (neste caso, os Correios): bons resultados onde o
Brasil fracassava e, ainda por
cima, com belas atletas.
Mas a coisa saiu dos eixos. E o
mais promissor grupo de nadadoras da história do país vai à
piscina do Pan do Rio, a partir
da próxima segunda-feira, com
o desafio de acabar com o declínio técnico que abate as suas
principais estrelas.
Depois de baterem recordes
sul-americanos a granel nos
anos do Pan de Santo Domingo
e da Olimpíada de Atenas, Mariana Brochado, 22, Joanna
Maranhão, 20, Rebeca Gusmão, 22, e Flávia Delaroli, 23,
não conseguiram melhorar
suas marcas em suas especialidades nos últimos três anos.
Mariana, musa das piscinas,
nem vaga para a competição carioca obteve. Em 2003, ela quebrou o recorde sul-americano
dos 200 m nado livre, com
2min01s17. No último Troféu
Maria Lenk (o antigo Troféu
Brasil), foi só a sexta colocada
nessa prova, com uma marca
quase quatro segundos pior.
As outras conseguiram lugar
no Pan, mas com marcas inferiores às dos bons tempos.
Em Atenas, Joanna foi a
quinta colocada nos 400 m medley, com 4min40s00, a melhor
marca nacional. No Maria
Lenk, cravou 4min52s87. Flávia e Rebeca quebraram o recorde sul-americano dos 50 m
livre em 2004 -em eventos diferentes, marcaram 25s17. No
Troféu Maria Lenk ficaram distante disso -26s01, para a primeira, e 25s52, para a segunda.
As três dão diagnósticos diferentes sobre o declínio técnico.
"É normal. Nenhum ser humano está em constante evolução", diz Joanna, que, depois de
brilhar em Atenas, foi para os
EUA, mas logo voltou a Recife.
E trocou de treinador. "Não me
arrependo de nada. Ir aos Estados Unidos foi bom para ver
que aquilo não era para mim."
Rebeca atribui a estagnação
ao calendário. "Depois de 2004,
fomos competir em piscinas
curtas. Demora para voltar ao
ritmo na piscina grande [50 m,
como no Pan]", afirma. "E não
adianta baixar dez segundos
antes da hora. O que importa é
nadar bem nos anos do Pan e na
Olimpíada. Aqui no Rio temos
tudo para arrancar de novo."
Flávia é a única delas que admite equívocos. "No começo da
minha carreira, tudo o que eu e
meu técnico fazíamos dava resultado. Resolvemos, então, fazer algumas mudanças nos
treinamentos para melhorar
pontos fracos. Não funcionou",
diz a velocista, que no ano passado voltou ao jeito de treinar
do seu princípio nas piscinas.
Segundo ela, isso significa
priorizar a velocidade e o arranque no lugar da resistência.
A atleta crê que os bons resultados não vão demorar para reaparecer. "Se achasse que não
fosse melhorar logo, ficaria em
casa", conclui.0
(PAULO COBOS)
As competições de NATAÇÃO acontecem entre 16 e 22 de julho
Texto Anterior: Falta energia Próximo Texto: Patrocínio: Astros divergem sobre os efeitos de parceria com estatal Índice
|