São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Natação

Promessas das piscinas regridem no cronômetro

Destaques femininos do Brasil não conseguem render nos últimos 3 anos

Mariana Brochado está fora do Pan; Joanna Maranhão, Flávia Delaroli e Rebeca Gusmão divergem sobre motivos do declínio técnico


DO ENVIADO AO RIO

Em 2003 e 2004, a natação feminina formou uma geração que era o sonho de qualquer patrocinador (neste caso, os Correios): bons resultados onde o Brasil fracassava e, ainda por cima, com belas atletas. Mas a coisa saiu dos eixos. E o mais promissor grupo de nadadoras da história do país vai à piscina do Pan do Rio, a partir da próxima segunda-feira, com o desafio de acabar com o declínio técnico que abate as suas principais estrelas.
Depois de baterem recordes sul-americanos a granel nos anos do Pan de Santo Domingo e da Olimpíada de Atenas, Mariana Brochado, 22, Joanna Maranhão, 20, Rebeca Gusmão, 22, e Flávia Delaroli, 23, não conseguiram melhorar suas marcas em suas especialidades nos últimos três anos.
Mariana, musa das piscinas, nem vaga para a competição carioca obteve. Em 2003, ela quebrou o recorde sul-americano dos 200 m nado livre, com 2min01s17. No último Troféu Maria Lenk (o antigo Troféu Brasil), foi só a sexta colocada nessa prova, com uma marca quase quatro segundos pior.
As outras conseguiram lugar no Pan, mas com marcas inferiores às dos bons tempos. Em Atenas, Joanna foi a quinta colocada nos 400 m medley, com 4min40s00, a melhor marca nacional. No Maria Lenk, cravou 4min52s87. Flávia e Rebeca quebraram o recorde sul-americano dos 50 m livre em 2004 -em eventos diferentes, marcaram 25s17. No Troféu Maria Lenk ficaram distante disso -26s01, para a primeira, e 25s52, para a segunda. As três dão diagnósticos diferentes sobre o declínio técnico. "É normal. Nenhum ser humano está em constante evolução", diz Joanna, que, depois de brilhar em Atenas, foi para os EUA, mas logo voltou a Recife.
E trocou de treinador. "Não me arrependo de nada. Ir aos Estados Unidos foi bom para ver que aquilo não era para mim." Rebeca atribui a estagnação ao calendário. "Depois de 2004, fomos competir em piscinas curtas. Demora para voltar ao ritmo na piscina grande [50 m, como no Pan]", afirma. "E não adianta baixar dez segundos antes da hora. O que importa é nadar bem nos anos do Pan e na Olimpíada. Aqui no Rio temos tudo para arrancar de novo."
Flávia é a única delas que admite equívocos. "No começo da minha carreira, tudo o que eu e meu técnico fazíamos dava resultado. Resolvemos, então, fazer algumas mudanças nos treinamentos para melhorar pontos fracos. Não funcionou", diz a velocista, que no ano passado voltou ao jeito de treinar do seu princípio nas piscinas.
Segundo ela, isso significa priorizar a velocidade e o arranque no lugar da resistência. A atleta crê que os bons resultados não vão demorar para reaparecer. "Se achasse que não fosse melhorar logo, ficaria em casa", conclui.0 (PAULO COBOS)


As competições de NATAÇÃO acontecem entre 16 e 22 de julho


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