São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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O futebol agradece

Espanha, time do jogo bonito, derrota a pragmática Holanda e, pela 1ª vez , ganha a Copa do Mundo

Pedro Ugarte/France Presse
Os campeões espanhóis aguardam a Taça Fifa, nas mãos de Joseph Blatter

Holanda 0
Espanha 1

Iniesta, aos 11min do 2º tempo da prorrogação

FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
RODRIGO BUENO
RODRIGO MATTOS
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

A Espanha ganhou ontem sua primeira Copa do Mundo. O futebol agradece.
O oitavo país a entrar para o seleto grupo dos campeões mundiais trata bem a bola numa época de retrancas e contra-ataques. Tem craques baixinhos e habilidosos num tempo em que reinam grandalhões desajeitados.
Marca bem sem abusar dos pontapés desleais, ao contrário da Holanda, seu último obstáculo antes da conquista da taça na África.
O gol do triunfo por 1 a 0, de Iniesta, 1,70 m, foi suado, aos 11min do segundo tempo da prorrogação, evitando que pela segunda vez seguida, e a terceira vez nas últimas cinco edições, o Mundial fosse decidido nos pênaltis.
Tento que confirmou a ascensão do país que era famoso por fraquejar nos momentos mais importantes, mas que, depois do título da Eurocopa, em 2008, virou favorito para faturar a taça na África do Sul, resultado que também lhe devolve a liderança no ranking da Fifa, posto que até ontem era do Brasil.
Também serviu como resposta para quem dizia que o Barcelona, base e modelo da seleção espanhola, não era um exemplo a ser seguido depois da derrota nas semifinais da Copa dos Campeões diante da Inter de Milão.
"Essa final prestigiou o futebol ofensivo, de qualidade. Presenteou o futebol", disse o técnico espanhol, Vicente del Bosque, que vê seu país viver seu melhor momento no esporte profissional.
A Espanha é a atual campeã mundial de basquete. Tem o líder do ranking mundial do tênis (Rafael Nadal), um bicampeão de F-1 (Fernando Alonso) e é força no motociclismo e no ciclismo.
Ironia do destino que a Espanha, enfim, triunfasse numa Copa jogando bonito justamente contra quem já foi famoso por prezar a bola. A Holanda apostou na defesa e em esporádicas idas ao ataque e acabou vice pela terceira vez -fora em 1974 e 1978.
Com o fim da Copa da África do Sul, a Europa toma a dianteira no número de taças, com dez, uma a mais do que os sul-americanos.
Abrir uma vantagem de dois títulos em 2014 significaria uma tragédia para o Brasil, que com Dunga virou uma espécie de antítese da nova campeã mundial.
A Espanha vai defender seu título daqui a quatro anos em solo brasileiro.


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