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O futebol agradece
Espanha, time do jogo bonito, derrota a pragmática Holanda e, pela 1ª vez , ganha a Copa do Mundo
Pedro Ugarte/France Presse
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Os campeões espanhóis aguardam a Taça Fifa, nas mãos de Joseph Blatter
Holanda 0
Espanha 1
Iniesta, aos 11min do 2º tempo
da prorrogação
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
RODRIGO BUENO
RODRIGO MATTOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
A Espanha ganhou ontem
sua primeira Copa do Mundo. O futebol agradece.
O oitavo país a entrar para
o seleto grupo dos campeões
mundiais trata bem a bola
numa época de retrancas e
contra-ataques. Tem craques
baixinhos e habilidosos num
tempo em que reinam grandalhões desajeitados.
Marca bem sem abusar
dos pontapés desleais, ao
contrário da Holanda, seu último obstáculo antes da conquista da taça na África.
O gol do triunfo por 1 a 0,
de Iniesta, 1,70 m, foi suado,
aos 11min do segundo tempo
da prorrogação, evitando
que pela segunda vez seguida, e a terceira vez nas últimas cinco edições, o Mundial
fosse decidido nos pênaltis.
Tento que confirmou a ascensão do país que era famoso por fraquejar nos momentos mais importantes, mas
que, depois do título da Eurocopa, em 2008, virou favorito
para faturar a taça na África
do Sul, resultado que também lhe devolve a liderança
no ranking da Fifa, posto que
até ontem era do Brasil.
Também serviu como resposta para quem dizia que o
Barcelona, base e modelo da
seleção espanhola, não era
um exemplo a ser seguido
depois da derrota nas semifinais da Copa dos Campeões
diante da Inter de Milão.
"Essa final prestigiou o futebol ofensivo, de qualidade.
Presenteou o futebol", disse
o técnico espanhol, Vicente
del Bosque, que vê seu país
viver seu melhor momento
no esporte profissional.
A Espanha é a atual campeã mundial de basquete.
Tem o líder do ranking mundial do tênis (Rafael Nadal),
um bicampeão de F-1 (Fernando Alonso) e é força no
motociclismo e no ciclismo.
Ironia do destino que a Espanha, enfim, triunfasse numa Copa jogando bonito justamente contra quem já foi
famoso por prezar a bola. A
Holanda apostou na defesa e
em esporádicas idas ao ataque e acabou vice pela terceira vez -fora em 1974 e 1978.
Com o fim da Copa da África do Sul, a Europa toma a
dianteira no número de taças, com dez, uma a mais do
que os sul-americanos.
Abrir uma vantagem de
dois títulos em 2014 significaria uma tragédia para o Brasil, que com Dunga virou
uma espécie de antítese da
nova campeã mundial.
A Espanha vai defender
seu título daqui a quatro
anos em solo brasileiro.
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