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Carnificina
Com 13 amarelos e 1 vermelho, mais violenta das decisões da Copa tem ainda "ajuda" do juiz
DE JOHANNESBURGO
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Final de Copa do Mundo
truncada como a de ontem,
na África do Sul, não é novidade. Mas a falta de "fair
play" no jogo no Soccer City
foi uma coisa inédita.
Com entradas violentas e
desleais, especialmente por
parte dos holandeses, a decisão em Johannesburgo bateu, disparado, o recorde de
cartões numa final de Copa.
Foram ao todo 13 amarelos, oito para a Holanda e cinco para a Espanha, além da
expulsão do zagueiro Heitinga, já na prorrogação.
Antes do jogo de ontem, a
final de Copa com mais cartões havia acontecido em
1986, quando o brasileiro Romualdo Arppi Filho advertiu
argentinos e alemães com
"apenas" seis amarelos.
O confuso árbitro inglês
Howard Webb marcou 47 faltas (28 da Holanda e 19 da Espanha), recorde de infrações
numa decisão nesta década.
Algumas faltas foram tão
desleais que mereciam o cartão vermelho, como um chute do holandês De Jong no
peito do volante Xabi Alonso,
no primeiro tempo.
Isso sem contar Van Bommel, que durante toda a Copa
bateu muito (só ontem foram
cinco faltas), mas terminou a
competição com apenas dois
cartões amarelos.
A Holanda ainda demostrou falta de "fair play" ao devolver a bola de forma matreira para a Espanha em
dois lances que pediam os
bons modos do futebol.
Perto do final, Webb
"amarelou" ao não expulsar
Robben, que chutou em direção ao gol mesmo com o lance já paralisado. Pouco antes, ele tinha levado amarelo
por ter peitado o árbitro.
Os finalistas mostravam
disposição e "técnica" para
as faltas, mas eram um fracasso na hora de finalizar.
Robben, cara a cara com
Casillas, chutou mal, em cima do goleiro, e perdeu a melhor chance da Holanda no
jogo, na segunda etapa do
tempo normal da decisão.
Na prorrogação, foi a vez
de Fàbregas, em lance muito
parecido, perder o gol diante
do goleiro Stekelenburg, que
foi um dos poucos jogadores
da seleção holandesa que
honraram a fama de revolucionário do futebol de seu
país -ele mostrou categoria
para fazer passes precisos a
seus companheiros, sendo o
segundo melhor do time.
A violência custou caro para a Holanda. Depois da expulsão de Heitinga, aos 4min
do segundo tempo da prorrogação, o time laranja ficou
mais exposto, com muitos
buracos em sua defesa.
E foi em um deles que
Iniesta, quando faltavam
apenas quatro minutos para
o fim, anotou o gol que decidiu a "carnificina" de Johannesburgo a favor dos espanhóis.
(FÁBIO ZANINI, EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS, RODRIGO BUENO, RODRIGO
MATTOS E SÉRGIO RANGEL)
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