São Paulo, Segunda-feira, 12 de Julho de 1999
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F-1
Fratura do piloto alemão depois de choque contra muro no GP da Inglaterra altera os rumos do Mundial
Schumacher bate e quebra a perna

FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Silverstone

Uma batida a 100 km/h contra o muro do circuito de Silverstone, ontem, alterou os rumos do Mundial de Pilotos de F-1 em 99.
No cockpit, o alemão Michael Schumacher, da Ferrari. O diagnóstico, fraturas da tíbia e da fíbula da perna direita. A recuperação, estimada em 45 dias.
O GP da Inglaterra, oitava etapa do campeonato, foi vencido pelo escocês David Coulthard, da McLaren. O irlandês Eddie Irvine, da Ferrari, foi o segundo, e Ralf Schumacher, da Williams, irmão de Michael, o terceiro.
O acidente com o alemão da Ferrari aconteceu logo na primeira volta da corrida, na curva Stowe, a sexta do circuito inglês.
Segundo no grid de largada, atrás do rival Mika Hakkinen, ele caiu para a quarta colocação na primeira curva e passou a pressionar Eddie Irvine, seu companheiro de equipe, na disputa pelo terceiro posto.
Pouco antes da Stowe, superou o irlandês, retardando a freada. Quando acionou os freios para contornar a curva, porém, não obteve resposta: o piloto alemão passou reto, foi para a caixa de brita e acabou batendo de frente contra o muro.
Eram 13h03 em Silverstone (9h03 em Brasília).

O anúncio
Imediatamente, a corrida foi interrompida para o atendimento ao piloto alemão.
Às 13h15, consciente, foi levado de maca para uma ambulância.
Às 13h20, chegou ao centro médico do autódromo.
E, às 13h23, veio o anúncio: o alemão havia fraturado a perna.
Às 13h54, Michael Schumacher foi levado de helicóptero para o Northampton General Hospital, localizado a cerca de 15 km do autódromo.
A cirurgia para recompor os ossos começou às 17h15 e durou uma hora e 15 minutos.
Oficialmente, a Ferrari não divulgou o tempo estimado de recuperação. Mas a informação extra-oficial, ontem, em Silverstone, era de que o alemão deve ficar 45 dias afastado.
Assim, Michael Schumacher vai perder, no mínimo, duas etapas do campeonato: os GPs da Áustria (no próximo dia 25 de julho) e da Alemanha (1º de agosto).

Prazos duvidoso
A história recente da F-1, porém, mostra que os prazos iniciais dados pelos médicos acabam sempre sendo ampliados.
Schumacher, poderia, portanto, perder ainda o GP da Hungria, no dia 15 de agosto.
A principal consequência da batida: está praticamente descartado do Mundial de 99.
Hoje, o alemão ainda ocupa a vice-liderança do campeonato, com 32 pontos, 8 a menos do que Mika Hakkinen.
Com o segundo lugar de ontem, Irvine empatou com Schumacher e passará a ser o homem encarregado de perseguir o finlandês, atual campeão. A McLaren passa, inesperadamente, a contar com ainda mais chances de conquistar, neste ano, seu segundo título mundial consecutivo.

"Boa sorte"
No comunicado emitido após a corrida, a equipe inglesa foi diplomática. A única referência ao acidente veio no depoimento de Coulthard. "Boa sorte ao Michael. Espero que ele tenha uma recuperação rápida."
A Ferrari admitiu que uma falha causou a batida. "Foi um problema no freio traseiro. Estamos investigando o que possa ter levado a isso", disse o francês Jean Todt, chefe da equipe, uma das primeiras pessoas a chegar, correndo, ao centro médico. Aflito, ele buscava informações. Ficou sabendo que a Ferrari não poderá contar com seu primeiro piloto, o melhor da F-1 atual, na tentativa de quebrar o jejum de 20 anos sem um título.


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