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F-1
Fratura do piloto alemão depois de choque contra muro no GP da Inglaterra altera os rumos do Mundial
Schumacher bate e quebra a perna
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Silverstone
Uma batida a 100 km/h contra o
muro do circuito de Silverstone,
ontem, alterou os rumos do Mundial de Pilotos de F-1 em 99.
No cockpit, o alemão Michael
Schumacher, da Ferrari. O diagnóstico, fraturas da tíbia e da fíbula da perna direita. A recuperação,
estimada em 45 dias.
O GP da Inglaterra, oitava etapa
do campeonato, foi vencido pelo
escocês David Coulthard, da
McLaren. O irlandês Eddie Irvine,
da Ferrari, foi o segundo, e Ralf
Schumacher, da Williams, irmão
de Michael, o terceiro.
O acidente com o alemão da
Ferrari aconteceu logo na primeira volta da corrida, na curva Stowe, a sexta do circuito inglês.
Segundo no grid de largada,
atrás do rival Mika Hakkinen, ele
caiu para a quarta colocação na
primeira curva e passou a pressionar Eddie Irvine, seu companheiro de equipe, na disputa pelo terceiro posto.
Pouco antes da Stowe, superou
o irlandês, retardando a freada.
Quando acionou os freios para
contornar a curva, porém, não
obteve resposta: o piloto alemão
passou reto, foi para a caixa de
brita e acabou batendo de frente
contra o muro.
Eram 13h03 em Silverstone
(9h03 em Brasília).
O anúncio
Imediatamente, a corrida foi interrompida para o atendimento
ao piloto alemão.
Às 13h15, consciente, foi levado
de maca para uma ambulância.
Às 13h20, chegou ao centro médico do autódromo.
E, às 13h23, veio o anúncio: o
alemão havia fraturado a perna.
Às 13h54, Michael Schumacher
foi levado de helicóptero para o
Northampton General Hospital,
localizado a cerca de 15 km do autódromo.
A cirurgia para recompor os ossos começou às 17h15 e durou
uma hora e 15 minutos.
Oficialmente, a Ferrari não divulgou o tempo estimado de recuperação. Mas a informação extra-oficial, ontem, em Silverstone, era
de que o alemão deve ficar 45 dias
afastado.
Assim, Michael Schumacher vai
perder, no mínimo, duas etapas
do campeonato: os GPs da Áustria (no próximo dia 25 de julho) e
da Alemanha (1º de agosto).
Prazos duvidoso
A história recente da F-1, porém, mostra que os prazos iniciais
dados pelos médicos acabam
sempre sendo ampliados.
Schumacher, poderia, portanto,
perder ainda o GP da Hungria, no
dia 15 de agosto.
A principal consequência da batida: está praticamente descartado do Mundial de 99.
Hoje, o alemão ainda ocupa a
vice-liderança do campeonato,
com 32 pontos, 8 a menos do que
Mika Hakkinen.
Com o segundo lugar de ontem,
Irvine empatou com Schumacher
e passará a ser o homem encarregado de perseguir o finlandês,
atual campeão. A McLaren passa,
inesperadamente, a contar com
ainda mais chances de conquistar, neste ano, seu segundo título
mundial consecutivo.
"Boa sorte"
No comunicado emitido após a
corrida, a equipe inglesa foi diplomática. A única referência ao acidente veio no depoimento de
Coulthard. "Boa sorte ao Michael.
Espero que ele tenha uma recuperação rápida."
A Ferrari admitiu que uma falha
causou a batida. "Foi um problema no freio traseiro. Estamos investigando o que possa ter levado
a isso", disse o francês Jean Todt,
chefe da equipe, uma das primeiras pessoas a chegar, correndo, ao
centro médico. Aflito, ele buscava
informações. Ficou sabendo que a
Ferrari não poderá contar com
seu primeiro piloto, o melhor da
F-1 atual, na tentativa de quebrar
o jejum de 20 anos sem um título.
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