São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2001

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Desapropriação motiva ataques de adversários

DO ENVIADO A CURITIBA E
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A verba para a compra do CT do Atlético-PR ainda hoje é motivo de suspeitas por parte de adversários políticos de Mário Celso Petraglia, homem-forte do clube.
Entre 1995 e 1996, houve uma série de denúncias de irregularidades no negócio, relacionado diretamente com a desapropriação do CT anterior do clube, o Parque Aquático, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
O dinheiro para o CT do Caju surgiu quando a área do antigo CT foi desapropriada pelo Governo do Paraná para a construção de um canal extravasor para minimizar as frequentes enchentes do rio Iguaçu.
Sendo que o valor pelo metro quadrado pago ao Atlético-PR foi mais de oitos vezes maior do que o destinado aos proprietários de terrenos vizinhos, conforme documentos aos quais a Folha teve acesso. No total, o clube recebeu R$ 6,7 milhões pela área de 350 mil metros quadrados -R$ 19,22 por metro quadrado.
O valor do metro quadrado pago aos outros proprietários da região foi de R$ 2,38.
Os opositores de Petraglia associaram a disparidade ao fato de ele ter sido tesoureiro de campanha de Jaime Lerner, que acabara de se eleger governador -depois seria reeleito.
Segundo um diretor do Atlético, o clube pagou US$ 1,5 milhão pelo terreno e as instalações do atual CT, na época um spa que não deu certo.
Após as adaptações e reformas, o imóvel valeria hoje pelo menos US$ 10 milhões.
Petraglia não quis falar com a Folha. O presidente do Atlético-PR, Marcus Coelho, alegou que o terreno do clube foi o mais valorizado por causa de sua localização, em frente à avenida das Torres, a principal via da região.
Além disso, afirma Coelho, havia benfeitorias na propriedade, como piscina, sala de jogos, quadras poliesportivas e lagos, e a área era drenada.
Coelho diz que o clube ainda não recebeu toda a indenização a que tem direito. Afirma que há uma parcela depositada em juízo e indisponível. (FV E RS)



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