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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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Brasil bate Argentina no masculino e pega rival hoje, na final do feminino

Handebol conquista ouro e vaga olímpica por um gol

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Atletas da seleção de handebol do Brasil festejam a vitória na prorrogação sobre a Argentina, o ouro no Pan e a vaga em Atenas-04


EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTO DOMINGO

"É bom ganhar de argentino em qualquer coisa, até em peteca", disse o armador Gustavo, 24, após a final do handebol masculino.
Só que a vitória de ontem teve um sabor especial para os brasileiros. Além do prazer de vencer a Argentina, ela assegurou um inédito ouro no Pan e a vaga para a Olimpíada de Atenas, em 2004.
Hoje, às 13h, é a seleção feminina que irá entrar na quadra para enfrentar o mesmo adversário.
Os atletas caíram no choro quando a prorrogação acabou. Tanto os brasileiros como os argentinos. "É uma dor indescritível. Parece que perdi um parente querido", disse Cristian Canzoniero, goleiro da Argentina, que via seu time soluçar na quadra.
"É o dia mais feliz da minha vida. Eles ganharam os últimos torneios, mas o que valia era este", afirmou Bruno Souza, 26, único brasileiro que atua no exterior.
Para chegar ao ouro e à vaga em Atenas, porém, os brasileiros sofreram. A partida foi dramática.
Apenas quando faltavam três minutos para terminar a primeira etapa -o jogo é dividido em dois tempos de 30 minutos-, a Argentina conseguiu livrar dois pontos de vantagem. Até então cada time tinha ficado no máximo um ponto à frente no placar.
A Argentina cresceu nos instantes finais e venceu o primeiro tempo por 16 a 12. No segundo, o Brasil reagiu e empatou em 24 a 24, o que levou o jogo à prorrogação. Quando faltavam só três segundos para terminar a primeira etapa do tempo extra, os argentinos, que perdiam por 28 a 27, empataram de novo. No segundo tempo, porém, a vitória foi dos brasileiros, por 31 a 30.
"Nos últimos três anos eles foram melhores, mas o que valia era a vaga olímpica. É muito bom, não acredito que ganhamos", gritou o goleiro Alexandre, 25.
Para o pivô Balda, 26, "os dois times deram tudo de si". "A rivalidade é grande, quase teve briga [no fim do primeiro tempo e após o jogo, quando Gustavo e Renato, 24, estranharam-se com os argentinos], Brasil e Argentina é isso."
Mas as confusões não se restringiram à quadra. Nas arquibancadas, as duas torcidas por pouco não saíram no tapa. No pódio, enquanto os argentinos choravam, os brasileiros vibravam. Deram a volta olímpica -ou pan-americana- e gritaram: "Atenas vem aí, o bicho vai pegar".
Só que, no que depender do técnico Alberto Rigolo, pode pegar, mas não em Atenas. "Foi uma vitória importante, mas ainda não temos condições de brigar com os melhores da Europa. Na Olimpíada, lutaremos pelo sexto lugar."
No feminino, porém, o embate com a Argentina deve ser mais fácil, pois o Brasil é o atual campeão pan-americano e, no torneio atual, se sobressai em relação ao rival. É o único time invicto e tem o melhor ataque (246 gols) e a defesa menos vazada (82 gols).


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