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Brasil bate Argentina no masculino e pega rival hoje, na final do feminino
Handebol conquista ouro e vaga olímpica por um gol
Antônio Gaudério/Folha Imagem
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Atletas da seleção de handebol do Brasil festejam a vitória na prorrogação sobre a Argentina, o ouro no Pan e a vaga em Atenas-04 |
EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTO DOMINGO
"É bom ganhar de argentino em
qualquer coisa, até em peteca",
disse o armador Gustavo, 24, após
a final do handebol masculino.
Só que a vitória de ontem teve
um sabor especial para os brasileiros. Além do prazer de vencer a
Argentina, ela assegurou um inédito ouro no Pan e a vaga para a
Olimpíada de Atenas, em 2004.
Hoje, às 13h, é a seleção feminina que irá entrar na quadra para
enfrentar o mesmo adversário.
Os atletas caíram no choro
quando a prorrogação acabou.
Tanto os brasileiros como os argentinos. "É uma dor indescritível. Parece que perdi um parente
querido", disse Cristian Canzoniero, goleiro da Argentina, que
via seu time soluçar na quadra.
"É o dia mais feliz da minha vida. Eles ganharam os últimos torneios, mas o que valia era este",
afirmou Bruno Souza, 26, único
brasileiro que atua no exterior.
Para chegar ao ouro e à vaga em
Atenas, porém, os brasileiros sofreram. A partida foi dramática.
Apenas quando faltavam três
minutos para terminar a primeira
etapa -o jogo é dividido em dois
tempos de 30 minutos-, a Argentina conseguiu livrar dois
pontos de vantagem. Até então
cada time tinha ficado no máximo um ponto à frente no placar.
A Argentina cresceu nos instantes finais e venceu o primeiro
tempo por 16 a 12. No segundo, o
Brasil reagiu e empatou em 24 a
24, o que levou o jogo à prorrogação. Quando faltavam só três segundos para terminar a primeira
etapa do tempo extra, os argentinos, que perdiam por 28 a 27, empataram de novo. No segundo
tempo, porém, a vitória foi dos
brasileiros, por 31 a 30.
"Nos últimos três anos eles foram melhores, mas o que valia era
a vaga olímpica. É muito bom,
não acredito que ganhamos", gritou o goleiro Alexandre, 25.
Para o pivô Balda, 26, "os dois
times deram tudo de si". "A rivalidade é grande, quase teve briga
[no fim do primeiro tempo e após
o jogo, quando Gustavo e Renato,
24, estranharam-se com os argentinos], Brasil e Argentina é isso."
Mas as confusões não se restringiram à quadra. Nas arquibancadas, as duas torcidas por pouco
não saíram no tapa. No pódio,
enquanto os argentinos choravam, os brasileiros vibravam. Deram a volta olímpica -ou pan-americana- e gritaram: "Atenas
vem aí, o bicho vai pegar".
Só que, no que depender do técnico Alberto Rigolo, pode pegar,
mas não em Atenas. "Foi uma vitória importante, mas ainda não
temos condições de brigar com os
melhores da Europa. Na Olimpíada, lutaremos pelo sexto lugar."
No feminino, porém, o embate
com a Argentina deve ser mais fácil, pois o Brasil é o atual campeão
pan-americano e, no torneio
atual, se sobressai em relação ao
rival. É o único time invicto e tem
o melhor ataque (246 gols) e a defesa menos vazada (82 gols).
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