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FUTEBOL
Seleção faz 1 a 0 na Austrália, e alemãs obtêm maior vitória da história
Goleadas ofuscam vitória magra do Brasil na estréia
DO ENVIADO A ATENAS
A seleção feminina de futebol
do Brasil saiu, enfim, do escuro.
Após passarem semanas sem
saber como estavam em relação
às suas adversárias, as comandadas de Renê Simões iniciaram ontem com vitória a participação do
país na Olimpíada de Atenas.
Jogando no estádio de Tessalônica, a 517 km da capital, derrotaram a Austrália por 1 a 0. O resultado, porém, foi ofuscado pelas
goleadas em outras partidas dos
torneios masculino e feminino.
Em quatro jogos entre as mulheres, foram marcados 13 gols.
Diante da China, a Alemanha
aplicou a maior goleada da história dos torneios olímpicos de futebol: 8 a 0 -ironia, o recorde anterior era das chinesas, 5 a 1, sobre a
Dinamarca, em Atlanta-96.
No masculino, foram 12 gols,
também em quatro partidas. Metade saiu na goleada da Argentina
sobre Sérvia e Montenegro: 6 a 0.
Assim, as duas competições
chegam a marcas expressivas em
relação à ofensividade. No feminino, média de 3,25 gols por jogo.
Entre os homens, média de 3.
Os últimos torneios internacionais a passarem perto dessas marcas foram a Copa América e a Copa da Ásia: 3 gols por jogo. O Brasileiro registra 2,67 gols, sem incluir a rodada de ontem à noite.
Apesar do placar magro, as brasileiras deixaram o campo comemorando. Primeiro, é claro, pela
vitória na estréia. Segundo, por já
terem praticamente garantido a
classificação para a próxima fase
do torneio, as quartas-de-final.
Dos dez times que participam
da competição feminina, oito
avançam. O Brasil está no Grupo
G, ao lado de EUA, Grécia e Austrália. Os três melhores passam.
A julgar pelo que mostrou ontem, a equipe de Renê Simões
precisará melhorar a pontaria.
A seleção dominou a Austrália
durante todo o jogo. Desde o início, a meia Marta, 18, destacou-se,
tomando a iniciativa pela armação das jogadas. No ataque, porém, as bolas de Pretinha e Formiga saíam pela linha de fundo ou
paravam nas defesas da atrapalhada goleira australiana, Kell.
Até que, aos 32min, Marta resolveu também arriscar a gol. Ela
recebeu a bola na grande área, pela direita, driblou uma zagueira
adversária e, de perna esquerda,
chutou forte, rasteiro, no canto: 1
a 0 para o Brasil, para alívio de Renê Simões, que passou boa parte
do jogo à margem do gramado.
A Austrália voltou melhor para
o segundo tempo e, por duas vezes, levou perigo ao gol de Andréia. Primeiro, aos 15min, em
um cruzamento da meia Garriock, pela esquerda, defendido
pela brasileira. Dois minutos depois, as australianas desperdiçaram uma cobrança de falta.
As brasileiras reagiram, voltaram a jogar bem e a dominar a
partida e só não fizeram 2 a 0 porque Pretinha chutou por cima, de
frente para o gol, aos 48min.
No sábado, o Brasil pega os
EUA, favoritos à medalha de ouro.
(FÁBIO SEIXAS)
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