São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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FUTEBOL

Seleção faz 1 a 0 na Austrália, e alemãs obtêm maior vitória da história

Goleadas ofuscam vitória magra do Brasil na estréia

DO ENVIADO A ATENAS

A seleção feminina de futebol do Brasil saiu, enfim, do escuro.
Após passarem semanas sem saber como estavam em relação às suas adversárias, as comandadas de Renê Simões iniciaram ontem com vitória a participação do país na Olimpíada de Atenas.
Jogando no estádio de Tessalônica, a 517 km da capital, derrotaram a Austrália por 1 a 0. O resultado, porém, foi ofuscado pelas goleadas em outras partidas dos torneios masculino e feminino.
Em quatro jogos entre as mulheres, foram marcados 13 gols. Diante da China, a Alemanha aplicou a maior goleada da história dos torneios olímpicos de futebol: 8 a 0 -ironia, o recorde anterior era das chinesas, 5 a 1, sobre a Dinamarca, em Atlanta-96.
No masculino, foram 12 gols, também em quatro partidas. Metade saiu na goleada da Argentina sobre Sérvia e Montenegro: 6 a 0.
Assim, as duas competições chegam a marcas expressivas em relação à ofensividade. No feminino, média de 3,25 gols por jogo. Entre os homens, média de 3.
Os últimos torneios internacionais a passarem perto dessas marcas foram a Copa América e a Copa da Ásia: 3 gols por jogo. O Brasileiro registra 2,67 gols, sem incluir a rodada de ontem à noite.
Apesar do placar magro, as brasileiras deixaram o campo comemorando. Primeiro, é claro, pela vitória na estréia. Segundo, por já terem praticamente garantido a classificação para a próxima fase do torneio, as quartas-de-final.
Dos dez times que participam da competição feminina, oito avançam. O Brasil está no Grupo G, ao lado de EUA, Grécia e Austrália. Os três melhores passam.
A julgar pelo que mostrou ontem, a equipe de Renê Simões precisará melhorar a pontaria.
A seleção dominou a Austrália durante todo o jogo. Desde o início, a meia Marta, 18, destacou-se, tomando a iniciativa pela armação das jogadas. No ataque, porém, as bolas de Pretinha e Formiga saíam pela linha de fundo ou paravam nas defesas da atrapalhada goleira australiana, Kell.
Até que, aos 32min, Marta resolveu também arriscar a gol. Ela recebeu a bola na grande área, pela direita, driblou uma zagueira adversária e, de perna esquerda, chutou forte, rasteiro, no canto: 1 a 0 para o Brasil, para alívio de Renê Simões, que passou boa parte do jogo à margem do gramado.
A Austrália voltou melhor para o segundo tempo e, por duas vezes, levou perigo ao gol de Andréia. Primeiro, aos 15min, em um cruzamento da meia Garriock, pela esquerda, defendido pela brasileira. Dois minutos depois, as australianas desperdiçaram uma cobrança de falta.
As brasileiras reagiram, voltaram a jogar bem e a dominar a partida e só não fizeram 2 a 0 porque Pretinha chutou por cima, de frente para o gol, aos 48min.
No sábado, o Brasil pega os EUA, favoritos à medalha de ouro. (FÁBIO SEIXAS)


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