SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Em uma maratona imobiliária, cerca de 1.300 dos 1.480 apartamentos da Vila do Pan foram vendidos ontem em oito horas.
De acordo com o primeiro balanço divulgado pelas imobiliárias envolvidas na negociação, todas as unidades de uma (640) e duas (480) suítes esgotaram antes do final da tarde. No total, 87,83% do empreendimento foi arrematado até as 17h30 de ontem.
Segundo o boletim, 80% dos apartamentos de três suítes e 45% dos de quatro suítes também foram negociados. "Este volume superou todas as nossas expectativas. É um recorde para o Brasil", disse Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel, uma das maiores empresas do setor.
Ele disse que o antigo recorde da sua empresa foi a venda de 800 unidades de um condomínio em Belo Horizonte há dez anos. Para atender ao número de interessados -23 mil pessoas se inscreveram no site da vila pedindo informações sobre o projeto-, os organizadores alugaram duas maiores casas de shows -Claro Hall e Ribalta. Elas abriram às 9h30 e fechariam por volta das 23h.
Apesar da boa aceitação, os vendedores não acreditavam que todas as unidades seriam vendidas ontem. O apartamento de uma suíte saiu por cerca de R$ 100 mil, e o de duas, pelo valor médio de R$ 200 mil. E a unidade de três suítes custou cerca de R$ 290 mil.
Com a venda dos 1.300 apartamentos, foram arrecadados cerca de R$ 200 milhões. ""O sucesso se deve ao financiamento subsidiado que a Caixa Econômica Federal está fazendo [TJLP mais 4% de juros], ao projeto em si que é muito interessante, com parques e piscina, além do fato de estar atrelado ao Pan", disse Vasconcellos.
No final de 2004, a Caixa liberou, via recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, R$ 189,4 milhões, ou 85% do custo total da obra. O restante sai da Agenco, responsável pela construção. ""Comprei um apartamento com duas suítes como investimento. Acredito que, após a inauguração, vou valorizar o meu dinheiro cerca de 30%", disse o comerciante Antônio Augusto Meirelles, 55. Os proprietários só entrarão no imóvel após a realização do Pan, que será em julho de 2007.
A construção da Vila é um dos pontos traumáticos do Pan-07. Até setembro, a viabilidade do complexo era uma incógnita.
O Tribunal de Contas da União apontou que o projeto era inviável, pois a situação econômica da Agenco não permitiria o financiamento total da obra. O plano foi redimensionado: o número de apartamentos caiu de 2.000 para 1.480. Em vez dos 25 edifícios do projeto original, serão 17.
Com a assinatura do financiamento no final do ano, a Agenco e a prefeitura prometeram entregar a Vila até 2006. Agora, a Agenco já anuncia que ela só estará pronta em janeiro de 2007.


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