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PINGUE-PONGUE
Falta de apoio fez Sissi pensar em se aposentar
Folha - Quais as chances da
seleção feminina?
Sissi - Não pode nunca se
apontar a seleção brasileira
como favorita, porque não é.
Entramos sempre como zebra, porque temos muitas
dificuldades. Quem está de
fora não sabe, mas é um sofrimento. Se tivéssemos um
pouco mais de apoio, seria
diferente. A gente nem sabe
o que pode acontecer se a seleção não for bem nos Jogos.
Sem dúvida será a minha última Olimpíada. Mas cheguei a ponto de, aqui na Austrália, pensar em parar.
Folha - Em largar tudo e
abandonar a seleção?
Sissi - É.
Folha - Esse pensamento
tem relação com a decisão da
CBF de fazer um amistoso
contra os EUA às vésperas da
Olimpíada, iniciativa que foi
criticada pelas jogadoras?
Sissi - Aquela derrota (4 a 0
para os EUA, em San Jose)
trouxe consequências desagradáveis. Ali não estava o
nosso objetivo, nosso objetivo está aqui. Claro que todo
mundo jogou de uma maneira diferente. Então, todo
o trabalho que fizemos até
agora não pode ser colocado
à prova em um amistoso.
Folha - E a questão da alimentação na Austrália?
Sissi - É um problema que
sempre existiu para a gente
em viagens, debatemos sobre isso há muito tempo,
mas não tem jeito. Você precisa de seu corpo para fazer
atividade física, mas o que
tenho comido aqui é praticamente só pão.
Folha - O fato de iniciar a
participação brasileira na
Olimpíada aumenta a responsabilidade de vocês?
Sissi - Essa partida contra a
Suécia será um jogo-chave
para nós. Se vencermos, já
podemos começar a pensar
em seguir adiante.
Folha - Há alguma desvantagem em jogar antes de todo
mundo?
Sissi - Claro que a gente
queria participar da cerimônia de abertura, mas tudo
bem. Dar o pontapé inicial já
será uma responsabilidade
muito grande.
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