São Paulo, quinta-feira, 12 de setembro de 2002

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Seleção feminina ameaça vingança, mas perde por 3 a 2 e busca o 5º lugar no Mundial de vôlei

Armação chinesa dá certo, e Brasil fica fora do pódio

Divulgação
Brasileiras lamentam a derrota de ontem para a China, que impediu o país de atingir as semifinais do Mundial da Alemanha


MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção chinesa fez "corpo mole" para enfrentar o Brasil, mexeu com o brio das comandadas do técnico Marco Aurélio Motta, cedeu dois sets na partida de ontem, mas confirmou seu favoritismo e tirou a equipe brasileira da disputa por medalhas no Mundial de vôlei da Alemanha.
Em seu melhor e mais difícil jogo na competição, o Brasil foi derrotado por 3 sets a 2 (25/19, 21/25, 23/25, 25/15 e 15/9), em uma hora e 50 minutos, e agora inicia a disputa pelo quinto lugar.
Hoje, a seleção volta à quadra para enfrentar a Coréia, às 15h30.
A vitória ontem seria a vingança brasileira após as "armações" chinesas no Mundial. O time sofreu duas derrotas polêmicas -para Grécia e Coréia-, o que suavizou seu caminho no torneio e dificultou a trajetória do Brasil.
Mais do que isso, representaria o maior feito da seleção desde Motta assumiu o cargo, em 2000.
O time, renovado de forma forçada após a debandada de cinco titulares -Érika, Fofão, Raquel e Walewska e Virna-, igualaria a geração de Ana Moser, Fernanda Venturini e cia., que, em Tóquio-1998, ficou na quarta posição.
O resultado, no entanto, não destoa da média de participações brasileiras em Mundiais.
O time subiu ao pódio apenas na conquista da prata em 1994. Quatro anos depois, foi pela segunda vez na história à semifinal.
"Esse é um grupo guerreiro do qual me orgulho muito. Mas é um time novo que ainda tem muito para evoluir", afirmou Motta.
Ontem, a equipe brasileira mostrou que está diminuindo o abismo técnico que a separa da China.
A equipe começou jogando mal. No primeiro set, deficiente no saque e no bloqueio, não ofereceu resistência aos rápidos ataques do time rival, que venceu por 25/19.
Na etapa seguinte, com Sheilla no lugar de Luciana e Arlene no de Sassá, a equipe aumentou o volume de jogo e, pela primeira vez, passou à frente no placar.
Com uma boa defesa e aproveitando os contra-ataques, principalmente com Paula Pequeno (maior pontuadora do jogo, com 18 pontos), fechou em 25/21.
Com a meio Marina Daloca no lugar de Karin, o Brasil fez um terceiro set equilibrado e teve tranquilidade para fechar em 25/23.
No quarto set, foi a vez de Ruirui Zhao, 1,96 m, aparecer. Abusando das jogadas com a atacante, a China venceu facilmente por 25/15.
No tie-break, as brasileiras pecaram pela inexperiência. Erraram muito no início (3 a 0) e não tiveram tranquilidade para virar o jogo quando o placar era 6 a 6. Já a China manteve a calma, abriu três pontos e fechou sem dificuldade.
"A partida estava nas nossas mãos. Faltou paciência em alguns momentos", disse Valeskinha.
Após o jogo, as brasileiras se dividiam entre a tristeza e a revolta.
"Estou triste, lutamos muito. E continuo indignada com a China. Quem faz esse tipo de jogo tem medo de perder. Não sei se elas ganharão o título. Só sei que vou torcer contra", disse a meio Karin.

 ATUAÇÕES - Marcelle (3 pontos), Luciana (2), Karin (8), Valeskinha (8), Paula Pequeno (18), Sassá (7), Fabi (líbero); F. Berto (0), Sheilla (14), Marina Daloca (5), Arlene (1)



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