São Paulo, quinta-feira, 12 de setembro de 2002

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AÇÃO

20 pra 1

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Essa relação poderia ser a de candidatos a uma vaga de emprego na área de comunicação, indústria em que, desde o fiasco da internet, só se ouve falar em demissões.
Também serviria, lamentavelmente, para relacionar a quantidade de notícias ruins e boas com que nos deparamos diariamente nos jornais. Mas, para nossa sorte, a razão do título desta coluna é motivo de comemoração.
Concluída a quinta das seis etapas do Super Surf 2002, o circuito brasileiro de surfe profissional, 20 dos 46 competidores da divisão têm chances de conquistar o título nacional, que será definido em novembro, na Prainha (RJ).
Como vem acontecendo em praticamente todas as etapas desde que o circuito, há três anos, adotou o modelo de competição do WCT (a principal divisão mundial), um novo nome conquista uma prova do Super Surf.
São 16 campeões em 17 provas disputadas, o que caracteriza um nível de competitividade jamais visto na modalidade.
O nome da vez foi Jihad Kohdr, 18, paranaense considerado uma das grandes revelações da nova geração e que faz sua primeira temporada como profissional.
A vitória o levou da 41ª para a sétima posição no ranking e o colocou na linha de frente da disputa pelo título.
Andréas Eduardo chegou até a semifinal na prova de Florianópolis (SC), resultado que lhe permitiu recuperar a liderança do ranking, seguido de perto por Wagner Pupo e Maicon Rosa. O terceiro lugar deu ao catarinense outra marca: ele é o único atleta a fazer dois pódios na temporada.
Pelo menos 10 entre os 20 competidores que chegarão à Prainha com chances de conquistar o título nacional são novatos. Mas, na outra metade, se encontram atletas experientes, como os campeões brasileiros e pioneiros do circuito Jojó de Olivença e Pedro Muller, além dos representantes do país no Mundial, Victor Ribas, Fabio Gouveia e Peterson Rosa.
A participação e a classificação desses atletas do WCT no Super Surf permite avaliar que o circuito está não só competitivo como também nivelado por cima.
Acostumados a disputar baterias com os melhores do mundo, não encontram nenhuma moleza nas provas brasileiras.
E, neste ano, nem existe o argumento de que provas disputadas em ondas medíocres tornam o resultado uma loteria. Todas as cinco etapas foram disputadas com ondas grandes e/ ou boas.
Na Joaquina, no último fim de semana, as ondas passavam dos dois metros, e, pela primeira vez, o jet-ski foi usado para auxiliar os surfistas a chegarem atrás da arrebentação.
Vamos torcer para que as condições das últimas etapas se repitam na Prainha, e teremos uma grande final.
Enquanto no masculino tudo pode acontecer, no feminino o título brasileiro de 2002 já tem dona. Com todos os méritos, a carioca Andréa Lopes, de 28 anos, chegou ao seu terceiro título nacional e voltou para casa dirigindo seu prêmio, um VW Saveiro Super Surf.
Tetracampeã brasileira amadora, única brasileira a vencer uma etapa do WCT, ela ainda superou uma anorexia que a afastou das competições durante dois anos.
Não satisfeita, ela estará representando o país no Sul-Americano de natação em novembro.
Parabéns.

Luke 5 x 1 Slater
Luke Egan venceu pela quinta vez no ano Kelly Slater e ganhou a sexta etapa do Mundial de surfe disputado na Califórnia, EUA. Guilherme Herdy ficou em terceiro.

Pequena aventura
Começa no domingo, na USP, um circuito de corrida de aventura de curta duração. Em duplas, as provas terão entre 40 km e 60 km.
Copa do Mundo de snowboard Começa hoje em Valle Nevado, Chile, a etapa inicial do Circuito Mundial. Três brasileiros estarão competindo.

Atraso
Uma avalanche destruiu boa parte do primeiro dos quatro acampamentos da expedição chefiada por Waldemar Niclevicz, que pretende chegar ao cume do Everest sem oxigênio.

E-mail sarli@revistatrip.com.br



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