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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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Nacional enferruja prata da casa

Clubes que mais apostaram em revelações nesta temporada ficam longe da luta pelo título brasileiro e das três vagas na Libertadores em 2004

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Santo de casa não faz milagre, pelo menos não no Brasileiro-2003. E as equipes que apostaram nos pratas da casa como a salvação da lavoura penam no torneio nacional mais longo da história.
A 17 rodadas do fim da competição, nenhum dos dez clubes que mais utilizam atletas formados em suas divisões de base está na disputa pelo título ou perto de uma vaga na Libertadores-2004.
Pior que isso: cinco dessas agremiações travam desesperada batalha para fugir da segunda divisão no ano que vem.
O Grêmio, a segunda equipe que mais contou com jogadores vindos de suas categorias inferiores, é o caso mais emblemático. Os gaúchos, que ocupam a última posição no Brasileiro, colocaram em campo 21 pratas da casa dos 38 atletas usados pelo clube.
Na esteira dos gremistas está o Fluminense, que também ronda a zona do rebaixamento. Com 17 pratas da casa, o time é só o 21º, com 30 pontos.
Bahia e Vitória também pagam o preço por terem mais de 50% de suas equipes formadas com jogadores vindos de suas bases. O Vitória, aliás, é o campeão nesse quesito em números absolutos, com 23 atletas revelados no clube no atual time profissional. E tem até um lema: "Aqui o prata da casa aprende a vencer cedo".
Neste Brasileiro, porém, essa realidade está distante. A equipe está em 12º, com 40 pontos. Já o Bahia, em 20º, luta para não cair.
Uma das principais causas apontadas pelos clubes para a enxurrada de atletas jovens em suas equipes profissionais é atribuída à debandada de suas estrelas do país antes e durante o Brasileiro.
O Corinthians talvez seja o maior exemplo disso. O clube do Parque São Jorge negociou nada menos do que seis titulares. Está em décimo, com 41 pontos, 14 a menos que o líder Cruzeiro.
A mando da diretoria, que implantou a filosofia "Galo que é bom já nasce cantando", Geninho teve que apostar em atletas como Jô, 16, Abuda, 17, e Wilson, 18. Ao todo, 16 jogadores nascidos no "terrão" corintiano já tiveram oportunidade no time.
"Não foi algo planejado, nós tivemos de lançar esses garotos de uma vez. É normal que eles oscilem boas e más apresentações", diz o treinador corintiano.
Vasco (18º colocado), Atlético-PR (16º), Ponte Preta (19º) e Paraná Clube (13º) tiveram o mesmo caminho. Outro peso-pesado do futebol brasileiro vive situação semelhante à dos corintianos. O Flamengo, equipe carioca que mais utilizou jogadores de suas categorias de base (19), ocupa a modesta nona colocação.
"No ano que vem, se esse trabalho for mantido, todos vão colher bons frutos", acredita Geninho.


Colaborou Fabio Tura, do Datafolha

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