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Nacional enferruja prata da casa
Clubes que mais apostaram em revelações nesta temporada ficam longe da luta pelo título brasileiro e das três vagas na Libertadores em 2004
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Santo de casa não faz milagre,
pelo menos não no Brasileiro-2003. E as equipes que apostaram
nos pratas da casa como a salvação da lavoura penam no torneio
nacional mais longo da história.
A 17 rodadas do fim da competição, nenhum dos dez clubes que
mais utilizam atletas formados
em suas divisões de base está na
disputa pelo título ou perto de
uma vaga na Libertadores-2004.
Pior que isso: cinco dessas agremiações travam desesperada batalha para fugir da segunda divisão no ano que vem.
O Grêmio, a segunda equipe
que mais contou com jogadores
vindos de suas categorias inferiores, é o caso mais emblemático.
Os gaúchos, que ocupam a última
posição no Brasileiro, colocaram
em campo 21 pratas da casa dos
38 atletas usados pelo clube.
Na esteira dos gremistas está o
Fluminense, que também ronda a
zona do rebaixamento. Com 17
pratas da casa, o time é só o 21º,
com 30 pontos.
Bahia e Vitória também pagam
o preço por terem mais de 50% de
suas equipes formadas com jogadores vindos de suas bases. O Vitória, aliás, é o campeão nesse
quesito em números absolutos,
com 23 atletas revelados no clube
no atual time profissional. E tem
até um lema: "Aqui o prata da casa aprende a vencer cedo".
Neste Brasileiro, porém, essa
realidade está distante. A equipe
está em 12º, com 40 pontos. Já o
Bahia, em 20º, luta para não cair.
Uma das principais causas
apontadas pelos clubes para a enxurrada de atletas jovens em suas
equipes profissionais é atribuída à
debandada de suas estrelas do
país antes e durante o Brasileiro.
O Corinthians talvez seja o
maior exemplo disso. O clube do
Parque São Jorge negociou nada
menos do que seis titulares. Está
em décimo, com 41 pontos, 14 a
menos que o líder Cruzeiro.
A mando da diretoria, que implantou a filosofia "Galo que é
bom já nasce cantando", Geninho
teve que apostar em atletas como
Jô, 16, Abuda, 17, e Wilson, 18. Ao
todo, 16 jogadores nascidos no
"terrão" corintiano já tiveram
oportunidade no time.
"Não foi algo planejado, nós tivemos de lançar esses garotos de
uma vez. É normal que eles oscilem boas e más apresentações",
diz o treinador corintiano.
Vasco (18º colocado), Atlético-PR (16º), Ponte Preta (19º) e Paraná Clube (13º) tiveram o mesmo
caminho. Outro peso-pesado do
futebol brasileiro vive situação semelhante à dos corintianos. O
Flamengo, equipe carioca que
mais utilizou jogadores de suas
categorias de base (19), ocupa a
modesta nona colocação.
"No ano que vem, se esse trabalho for mantido, todos vão colher
bons frutos", acredita Geninho.
Colaborou Fabio Tura, do Datafolha
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